Números do coronavírus voltam a subir

Matheus Augusto

A escalada do novo coronavírus em Divinópolis continua. Os dados da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) disponibilizados ontem apontam para o aumento da ocupação de leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). A Prefeitura também passou a divulgar novos indicadores, como a taxa de isolamento social, com base no site farolcovid.coronacidades.org. A média percentual na última semana chegou a 37%, informou.

Escalada

Divinópolis contava até ontem com 2.750 casos notificados de covid-19. Desses, 526 foram testados: 291 positivos (220 já classificados como recuperados), 222 negativos e 13 ainda em análise. O número de internados com os sintomas da doença em UTIs subiu de 16 no dia anterior para 21; outros 29 pacientes com quadro sintomático recebem cuidados no setor de enfermaria. 

A taxa de ocupação das UTIs também cresceu de 46,1% na terça-feira para 53,1% nesta quarta. O fechamento automático do comércio é previsto apenas quando esse indicador superar os 70%

Após queda na última semana, Divinópolis voltou a apresentar um aumento de casos ativos ‒ quando o paciente não teve alta ou não morreu. O índice chegou a 68, maior registro desde 18 de maio, quando foi iniciada a contabilização.

A cidade permanece com 10 mortes confirmadas e uma ocorrência em investigação.

Novidades

Além do isolamento social, a secretaria divulgou outras informações ainda inéditas. Segundo o órgão, está em 1,16 a quantidade média de pessoas que cada contaminado infecta. Além disso, a taxa de letalidade, ou seja, o percentual de mortes em relação ao número total de casos confirmados está em 3,44%.

Flexibilização

A reabertura de igrejas, ainda não regulamentada em decreto, está prevista para amanhã, conforme informou no início da semana o vereador Marcos Vinícius (DEM). Nas paróquias ligadas à Diocese de Divinópolis, mesmo com a autorização, as celebrações retornam apenas no próximo dia 26. 

Para preparar a estrutura dos locais para receber os fiéis com as normas de prevenção estabelecidas, a Secretaria de Saúde treinou, nesta terça-feira, representantes de todas as paróquias e padres, além do bispo dom José Carlos. Técnicos da secretaria falaram sobre as regras de segurança para a não propagação do vírus, como realizar a desinfecção do local para receber os fiéis.

— Em sua fala, o bispo destacou que a bandeira da Diocese ainda é a do "Fique em casa". Ele ainda disse que a reabertura das igrejas é para os que têm total condições de saúde para estar nas celebrações — comunicou a Diocese. 

Um reunião prevista para ontem seria responsável por definir os detalhes do decreto para autorizar a reabertura. Dentre as regras impostas no documento, devem constar a obrigatoriedade do uso de máscara, o distanciamento mínimo de 1,5 metro entre os fiéis, a proibição de aglomerações na entrada e saída dos templos e a orientação para que pessoas do grupo de risco permaneçam em casa.

No início da noite, Marcos Vinícius, um dos responsáveis pela articulação da abertura dos templos, voltou a se manifestar. Em vídeo, com Galileu Machado (MDB) ao seu lado, ele agradeceu ao prefeito por manter a palavra e garantir a liberação para funcionamento já para esta sexta.

— Vai ser feito o decreto mantendo aquele entendimento inicial: as igrejas poderão ser reabertas com todo o cuidado e responsabilidade — afirmou.

Estado

Minas Gerais registrava até ontem 23.347 casos confirmados, 10.115 em acompanhamento, 12.695 recuperados e 537 mortes. Os dados são do boletim epidemiológico da Secretaria de Estado de Saúde (SES). O número de óbitos, no entanto, pode estar distante da realidade. No relatório, Divinópolis aparece com apenas três fatalidades, quando a pasta municipal já confirmou dez mais do que o triplo. 

Questionado, o Estado pontuou que, mesmo após a comunicação do município, é realizada a investigação do caso, a ser incluído ou não no boletim apenas ao fim da apuração.

— A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) esclarece os casos registrados no boletim epidemiológico não correspondem, necessariamente, a registros ocorridos nas últimas 24h. O quantitativo publicado em boletim está relacionado ao encerramento do processo de investigação nesse intervalo e abarca, portanto, casos que tiveram sintomas iniciados anteriormente ao fechamento do boletim — explicou.

Ainda sobre o assunto, a SES pontuou a necessidade de garantir a credibilidade das informações.

— A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais analisa a base de dados diariamente e, quando necessário, solicita novas informações e faz o cruzamento dos resultados de exames laboratoriais. Após este trabalho, os dados estarão tratados para fazer parte do boletim diário — destacou.

Assim, o atraso na contabilização é considerado normal pela secretaria, que encara o processo como uma forma de confirmar a causa da morte.

— Sendo assim, pode haver situações que atrasam a atualização do banco de dados para produção do boletim, em virtude dos fluxos habitualmente adotados para a notificação de doenças e agravos, o que pode resultar em divergências entre o número de casos divulgados pelo boletim epidemiológico estadual e municipal — finalizou.

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