Número de mortes faz polícia reativar ‘Patrulha de Homicídios’

Reunião entre forças de segurança de Divinópolis traçou metas para combater modalidade

 

Rafael Camargos
A crescente onda de homicídios em Divinópolis pode ser vista em números. No primeiro semestre foram 40, de acordo com dados da Polícia Civil. O aumento significativo foi o motivo que levou a Polícia Militar (PM) a convocar uma reunião, realizada ontem, na sede do 23º Batalhão, no bairro Afonso Pena.

No encontro, comandantes da Civil e Militar, Ministério Público (MP) e agentes penitenciários se uniram para traçar metas de atuação em combate à criminalidade.
Ao longo de todo o ano passado, a cidade registrou 46 homicídios. Na maioria das vezes os casos têm ligação com o tráfico de drogas e a guerra entre facções.

Combate

Os dados da PM mostram que apesar de a cidade registrar o aumento no número de mortes de 30,8%, os crimes como roubo de veículos tiveram redução. Durante a apresentação dos dados, o comandante do batalhão, tenente-coronel Marcelo Augusto dos Santos, falou novamente sobre a dificuldade de acabar com a modalidade de crime.

— A partir de agora temos a missão de combater os homicídios, que são crimes muito complexos — falou.

Além da redução na quantidade de roubos, houve também uma redução no número de tentativas. Em 2015, foram 53 ocorrências. E nos dois anos seguintes, o número apresentou queda, marcando 39 e 41 casos. As tentativas aumentaram 36%.

Patrulha

Um projeto que estava desativado há alguns anos voltou à ativa. De acordo com Marcelo Augusto dos Santos, a Polícia Militar viu a necessidade de reativar a “Patrulha dos Homicídios”. O projeto deve ajudar as policias e o Ministério Público na conclusão dos casos.

 — A patrulha foi reativada e iremos realizar uma ação por dia — adiantou.
Para o delegado de Homicídios, Marcos Henrique Mont’Alverne, o serviço tende a contribuir muito para os órgãos de segurança.

— Estamos buscando efetivar uma melhor eficiência e, para que isso ocorra, é importante a troca de informação constante nas áreas em que estão ocorrendo esses crimes, nas quais esses criminosos estão atuando, para que até o trabalho preventivo o ostensivo seja mais eficaz e o trabalho investigativo se torne mais efetivo. É importante e, com isso, a população ganha — frisou o delegado.
Mont’Alverne ainda revelou que essa fusão dos dados deve ainda ajudar na punição e prevenir novos crimes contra a vida que é o mais grave.

Maior incidência

Os homicídios coincidem com as áreas onde ocorre o tráfico de drogas, até mesmo porque a motivação principal é a disputa pelo tráfico. Os dados foram apresentados no encontro. Eles mostram que a disputa é mais ferrenha nos bairros Porto Velho, Niterói e Planalto. Segundo o comandante Marcelo Augusto dos Santos, a PM já vem realizando ações intensificadas nos três pontos com maior prática destes crimes.

— Estamos realizando ações mais pontuais, preventivas. Nossa patrulha de prevenção a homicídios vai atuar diretamente nestes locais, que via de regra tem muitos usuários de drogas, como a grande maioria está relacionada ao tráfico, é mais propenso a estar ocorrendo nesses locais mesmo — analisou.

 

Já para o delegado Marcos Henrique, a ganância e a disputa de poder são muitos dos fatores.

— Após a ocorrência dos crimes, estamos edificando os alvos e tem aumentando o número de prisões proporcionalmente ao número de crimes — relatou.
Ainda segundo o delegado, este ano houve um aumento de 30% no número de homicídios, porém o número de prisões é superior.

 — Muitas das investigações começaram no ano passado. Neste ano tem os casos que foram solucionados — contou.

Ações 

Para o delegado regional, Leonardo Pio, a união das forças de segurança no sentido de coibir os homicídios e outros crimes violentos na cidade deve surtir maior efeito. Os números apresentados seguem uma tendência regional e até mesmo nacional.

— Se analisarmos, temos uma crescente. Os números apontam para essa situação. Entretanto, se analisarmos o acumulado do ano, até o primeiro trimestre tivemos um aumento de mais de 60%. Mas, fechando 31 de julho, percebemos que conseguimos reduzir e tivemos uma crescente de 31%, ou seja, se lá no primeiro trimestre a soma é de 60%, agora estamos com o número 31%, que é inferior ao crescimento estadual e até mesmo a tendência nacional, mas isso não nos conforta — finalizou.

Segundo Pio, a intenção da Polícia Civil é que o número fique abaixo de zero, e para que isso ocorra, as polícias vão continuar trabalhando.

 

 


 

 

 

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