Número de casamentos gays em Divinópolis já se iguala a 2016

Uniões no primeiro semestre já superam todo o ano de 2016 na cidade

Rafael Camargos

Uma realidade ainda difícil para muitos casais homossexuais é a união estável. Principalmente em cidades pequenas, onde o preconceito, o medo e a insegurança são empecilhos para muitos casais. Porém, nesse cenário, um fato a ser levado em consideração é o aumento no número de uniões de 2016 para 2017. Minas Gerais é o segundo estado com mais uniões estáveis entre pessoas de mesmo sexo lavradas em cartório no país. Em Divinópolis, houve avanço neste ano na quantidade em relação a 2016.

A regulamentação do casamento gay no Brasil completou quatro anos neste ano com cerca de 15 mil registros oficializados em todo o país. O número representa um aumento de 51,7% em relação ao primeiro ano de vigor da norma, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na cidade, neste período foram registrados 30, sendo apenas oito entre homens.

De acordo com o escrivão do Cartório de Registros Civis e Pessoas Naturais de Divinópolis, Eduardo Machado Matar, o número de casamentos gay realizado no primeiro semestre de 2017 já se iguala ao total de 2016. Ocorreram cinco casamentos entre janeiro e julho.

Dificuldades

Eduardo Machado Matar explica que o número é infinitamente menor que as uniões tratadas como “normais” pela maior parte da sociedade.

— Não é um caso comum de se ver, são poucos os casamentos registrados em cartório — explicou.

A reportagem do Agora conversou com um casal de mulheres que decidiu se unir há aproximadamente 26 anos. Elas oficializaram a união há três anos, um ano após a lei entrar em vigor no Brasil.

Segundo elas, a dificuldade maior surgiu por estarem entre as primeiras a oficializarem o casamento em Divinópolis. Para elas, foi um processo normal, como o de um casal heterossexual, e o fato de ter o registro no civil não mudou muita coisa na rotina.

— Somos bem resolvidas. Quando a gente decidiu morar junto já sabíamos o que queríamos. Sempre nos respeitamos e somos fiéis — contou uma delas, que pediu anonimato.

 

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