Novo pedido de impeachment contra Galileu está próximo

Maria Tereza Oliveira

O prefeito Galileu Machado (MDB) está prestes a encarar pela 3ª vez, em pouco mais de dois anos de mandato, mais um pedido de impeachment contra ele. O vereador Sargento Elton (Patriota) revelou, na reunião da Câmara de ontem, que está juntando mais provas e evidências para protocolar mais um pedido de impeachment.

Esta não foi a primeira vez que Elton falou em retirar Galileu do Executivo. Ele, inclusive, já protocolou um pedido, há menos de quatro meses, no último 12 de dezembro. A denúncia não foi aceita, porém, Sargento revelou ao Agora que espera uma recepção diferente.

Lava jato

Em entrevista, o edil destacou que sua intenção é juntar mais provas para protocolar mais uma vez a denúncia.

— Quero que fique evidente mais uma vez a improbidade administrativa de Galileu. Temos de defender a cidade e a população — lamentou.

Além da improbidade administrativa, o vereador disse que, possivelmente, o prefeito cometeu pedaladas fiscais e renúncia de receita.

— Em Divinópolis não se investiga nada! Está na hora de passar a cidade a limpo. Precisamos de uma lava jato — destacou.

Esperança

Sargento cutucou alguns colegas vereadores ao dizer que não entendeu os posicionamentos contrários ao impeachment.

— Há provas cabais sobre a culpa de Galileu e a perícia concluiu que os áudios não foram alterados. Realmente houve troca de cargos e favores. Os vereadores precisam fazer sua obrigação de fiscalizar e alguns não estão fazendo — acusou, sem citar nomes.

Ele acredita que a nova tentativa pode fazer os vereadores, que outrora votaram contra a denúncia, mudarem de ideia.

2ª tentativa

No fim do ano passado, o parlamentar entrou com a Denúncia de Infração Político-Admi­nistrativa e, naquela época, baseou-se, entre outras circunstâncias, nas investigações feitas pelo Ministério Público (MP) sobre as negociações de cargos de confiança na Pre­feitura.

— Tínhamos embasamento para entrar com pedido de impedimento administra­tivo do prefeito, baseado nas provas materiais já confirmadas pelo MP — sa­lienta.

Negado

Com muita polêmica e em clima tenso, a votação aconteceu na última reunião de 2018, no dia 27 de dezembro. Com casa cheia e nervos exaltados, tanto por parte da população que ali acompanhava quanto por parte dos próprios vereadores, ao fim, seis votos favoráveis e sete contrários, Galileu escapou por um triz de perder o cargo.

Para que a denúncia fosse aceita, eram necessários 11 votos, ou seja, a maioria qualificada.

1ª tentativa

Ainda em 2018, em maio, a Associação dos Advogados do Centro-Oeste de Minas (AACO) protocolou uma Denúncia de Infração Político-Administrativo, com base na oferta ilícita de cargo, porém os parlamentares rejeitaram o pedido em junho, alegando as que as supostas ligações ainda não tinham sido periciadas pela Polícia Civil, e tudo indicava que havia montagem.

No dia 5 de junho, os vereadores apreciaram o pedido, que foi rejeitado na época por 11 votos a cinco.

Cargos

Assim como no presente, a questão dos cargos e nomeações do Executivo não agradava alguns vereadores. Tanto que, dentre as justificativas da última tentativa de impeachment, a suposta oferta ilícita de cargo, feita pelo prefeito a Marcelo Máximo de Morais, mais conhecido como Marcelo Marreco, teve destaque. A denúncia foi feita pelo próprio Marreco, ex-aliado de Galileu, na Tribuna Livre, em abril de 2018.

Mais uma vez, Sargento Elton salientou o episódio e criticou as nomeações que continuam acontecendo.

À reportagem, o vereador criticou o chefe do Poder Executivo;

— A denúncia do MP de im­probidade administrativa do prefeito, confirma que já tem uma condenação na Justiça pela mesma infra­ção e condenação de dois anos e dez meses de cum­primento a partir de 2021 — afirmou.

O vereador acusou o governo atual de ter uma péssima e tumultuada ges­tão.

— Divinópolis está perdendo serviços essen­ciais nas áreas da saúde, educação, infraestrutura, segurança etc. — destacou.

Áudios

Os polêmicos áudios envolvendo negociações de cargos no Executivo deram início à uma Co­missão Parlamentar de Inquérito (CPI), aberta na Câmara para apurar os indícios de ilegalidades nas ligações telefônicas.

As investigações tive­ram cinco indiciados: o prefeito; a secretária de Administração, Raquel de Freitas; o secretário de Go­verno, Roberto Chaves; o jornalista Geraldo Passos, além do próprio denun­ciante, Marcelo Máximo (Marreco).

De acordo com as gravações, o cargo de gerente de agricultura na Secretaria de Agronegócio foi oferecido a Marreco, porém este es­tava impedido de trabalhar por recomendação médica. A perícia constatou que os áudios não tiveram cortes ou edições.

Poucas palavras

A reportagem procurou a Prefeitura para averiguar seu posicionamento diante da possibilidade de outro impeachment.

Entretanto, a assessoria de comunicação limitou-se a responder que não tinha conhecimento sobre o assunto. 

Comentários