Novidade?

Preto no Branco

Novidade?

De jeito nenhum. Tudo no Brasil dá-se um jeito de polemizar, distorcer, corromper e, principalmente, virar disputa política. Com a pandemia do coronavírus não seria diferente. Praticamente todos os dados que tratam da situação no país são questionados, comparados, polemizados, alterados. Isso desde que a doença começou a fazer suas primeiras vítimas, em março de 2020. E em uma gangorra de estabiliza, melhora, piora, nada mudou de um ano e dois meses para cá ‒ a não ser a fase crítica da doença do início de 2021 até há cerca de duas semanas, pico que levou milhares de vidas e contaminou outros milhões. Nada mais é do que a costumeira forma dos nossos representantes de lidar com situações que os promovem, e punem de forma severa quem já passa por tanto sacrifício para sobreviver, que é a população. 

Críticas 

Com o registro ainda de mais de duas mil mortes diárias, as críticas ao governo de Jair Bolsonaro (sem partido) a governadores e até prefeitos, as contestações têm se concentrado no desempenho brasileiro na vacinação. Afinal, o Brasil vacina pouco ou muito? A BBC News Brasil publicou dados interessantes e relevantes sobre a imunização no país. Eles mostram que, se a comparação considerar apenas o número total de doses que cada país aplicou, o Brasil aparece em quinto lugar no ranking global de dados oficiais compilados pela Universidade Oxford ‒ um patamar esperado para o sexto país mais populoso do mundo, com 212 milhões de habitantes. No entanto, esta não é a única comparação. Quando ela é feita do total de doses aplicadas, levando em conta o tamanho da população de cada país, o Brasil aparece em 73º entre 166 nações e territórios. Ou seja, perde feio para países considerados bem menos importantes em vários quesitos ‒ o que só comprova que o início foi tardio depois que a situação fugiu ao controle, típico de um país desorganizado que sempre pagou caro – desta vez, com muito mais vidas – por não investir na prevenção. 

Marca 

Desde que o governo optou em não passar alguns dados, ainda no ano passado – o que durou pouco, visto que foi incessantemente criticado –, um consórcio de veículos de comunicação se encarregou em divulgar os dados sobre a pandemia diariamente, o que agilizou a divulgação das informações, incluindo também a vacinação. Às vezes, ocorre pequena divergência, mas nada que comprometa o processo de atualização. Porém, estatística do próprio governo federal traz números interessantes sobre a imunização contra o coronavírus. O Ministério da Saúde (MS) revela que o país tem capacidade instalada de vacinar 2,4 milhões por dia. Mas, desde 17 de janeiro de 2021, o Brasil só superou três vezes a marca de 1 milhão de vacinados em 24h. Ao contrário de outras campanhas, como a de poliomielite, quando 18 milhões de crianças já chegaram a ser vacinadas ‒ o que esbarra mais uma vez, na falta de planejamento e, principalmente, na teimosia de não se ouvir sugestões e pedidos de quem realmente entende do assunto. 

Pânico 

Ainda sobre a vacinação contra a covid, certamente, centenas de gestantes que tomaram a primeira dose país afora devem ter entrado em desespero quando a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomendou a suspensão da vacinação com a AstraZeneca, além das puérperas. Porém, menos mal, que não é para tanto. A Associação de Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais afirma que não há motivo para pânico. A presidente, a médica ginecologista Cláudia Laranjeira, explica que o caso do possível episódio adverso investigado pela Anvisa é isolado. Ela se refere ao caso de uma gestante que recebeu a vacina e morreu no Rio de Janeiro. No entanto, ela alerta que a reação não pode ser aferida única e exclusivamente a vacina. Como ainda não se sabe, não custa prevenir, este, sim, ainda é o melhor remédio.

Melhores 

Já que o assunto é saúde, a coluna parabeniza a Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), que está entre as melhores do mundo. Na edição 2021-2022, a UFSJ aparece 36 posições acima do desempenho obtido na edição anterior, no ranking internacional da organização Centro de Rankings Mundiais de Universidades, a CWUR, sediada nos Emirados Árabes. Em nível mundial, a universidade saltou da posição 1.170 para 1.134, o que a coloca acima de instituições como a tradicional New York Medical College. Em nível nacional, a UFSJ figura na 27ª posição dentre as 69 instituições federais de ensino superior, sendo a quarta classificada entre as 11 mineiras. Como muito bem diz o reitor Marcelo Andrade, a conquista resume o empenho da comunidade acadêmica que trabalha com total dedicação, mesmo neste cenário adverso de pandemia e cortes orçamentários.

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