Nota Oficial

Augusto Fidelis

Daí, vieram me perguntar: “Dona Mariquita não vai se pronunciar sobre essa pandemia?”. Bem, até ontem, havia mesmo um silêncio muito estranho da parte da Internacional com relação a Covid-19. Realmente, a indagação acima não era algo localizado, mas o clamor de toda a humanidade, acuada por um inimigo tão poderoso, porém invisível.

Fiz a única coisa que eu podia fazer: acionei a assessoria de dona Mariquita em Paris, a fim de obter uma posição a respeito do assunto. Soube, então, que uma nota oficial à imprensa mundial já estava sendo preparada. Em verdade, esta me chegou ainda há pouco, e tomo a liberdade de repassá-la a seguir, para conhecimento de todos.

Antes, porém, uma informação preciosa. Numa conversa confidencial com Cíntia Alencar, secretária particular de dona Mariquita, tomei conhecimento do babado que rola em Paris. Cíntia me pediu segredo absoluto, por isso rogo a você, caro leitor, estimada leitura, boca de siri, ok?

A história é a seguinte: dona Mariquita tem ocupado o cargo de assessora de todos os presidentes da França, pelo menos nas duas últimas décadas. Mas, com Emmanuel Macron, as coisas azedaram desde que o dito cujo planejou invadir a Amazônia. Tão logo isso chegou ao seu conhecimento, dona Mariquita quase derrubou o Palácio do Elizeu. Caminhou resoluta até o gabinete do presidente e, com o dedo em riste, proclamou: “Invasão da Amazônia? Só depois que passar por cima do meu cadáver. Mas lembro ao caro presidente que sou imortal”.

Na época, a situação foi agravada devido à curtida de Bolsonaro na postagem do blogueiro bobão, que falou mal da Brigitte. Simultaneamente, Macron, sem consultar a sua veneranda assessora, tem tomado medidas que mergulham a França no caos. Quem vai a Paris, por exemplo, nota que a cidade está malcuidada, além de elevado número de moradores de rua.

Por isso, a nota oficial de dona Mariquita parece um pouco ambígua. Confira: “A quem possa interessar. Desde o início dos eventos que castigam a humanidade mantenho-me em silêncio, não por ignorar a dor alheia, mas porque faço um estudo sobre a maldade humana, sobre a ganância e a sede de poder que certas pessoas e grupos têm de subjugar os semelhantes, ainda que por meio de muitas mortes.

No entanto, tudo isso vai passar.  Às vezes, do mal pode nascer um bem. Durante esta quarentena, muitos buscaram, nos momentos de silêncio, de quietude e de incertezas a face de Deus, o único que tem a salvação e pode abundar de graças os que ora estão desprovidos de luz. Quanto ao homem, basta-lhe faltar o ar e ele volta ao seio da terra, de onde saiu. Então, segurem na mão de Deus”.

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