No pé do toco

Preto no Branco

O acordo entre o governo de Minas e a Vale foi assinado, algumas situações estão em andamento, mas até hoje não houve nem uma previsão sequer por parte do Estado sobre o Hospital Público Regional. A promessa era de que assim que fossem assinados os documentos envolvendo as duas partes, o divinopolitano teria notícias sobre a finalização das obras, paradas desde 2016 por falta de dinheiro. Em busca de uma posição, o deputado Domingos Sávio (PSDB) e o prefeito Gleidson Azevedo (PSC) se reúnem hoje em Belo Horizonte com o governador Romeu Zema (Novo). Ou seja, a cobrança vai ser feita ao chefe maior e, afinal, foi ele quem prometeu em visita recente à cidade que a conclusão dependia do acordo com a mineradora. Isso ocorreu há quase um mês, dia 4 de fevereiro, e, até agora, nada. Tem obrigação de explicar, e olha que nem precisava ir até ele, o processo tinha que ser inverso. 

Não tem desculpa 

Certamente, o deputado, o prefeito e o restante da cidade estão ansiosos pela resposta do governador. Vale ressaltar que o acordo foi bilionário (quase 40 bilhões) e, desta vez, precisa sobrar uma “rebarba” para Divinópolis, o que raramente acontece. Muitas vezes, se vê os benefícios sendo levados para  municípios que nunca se ouviu falar – não que eles e sua gente não mereçam – mas os governadores de Minas, em sua maioria, se esquecem (ou fingem) que Divinópolis carrega um peso muito grande na saúde. É a principal cidade do Centro-Oeste e responsável por atender pacientes da Macrorregião e Microrregião, por oferecer serviços da média e alta complexidade.  Como se isso não bastasse, apenas um hospital recebe pessoas que necessitam do SUS, os demais se descredenciaram há anos. E tem mais: apenas uma UPA para atender toda a cidade, que foi criada apenas como porta de entrada, mas, por falta vagas, acaba funcionando como hospital. E não para por aí. Não tem estrutura para este acolhimento, sempre fez o que pôde, e o que não, também. Até quando? Se este hospital regional, que, por falta de boa vontade das últimas gestões do Estado, não ficou pronto, estivesse funcionado, a realidade seria mandar divinopolitanos para fora? Uma covardia, pois muitas cidades são longe e parentes não têm onde ficar, porém, não por culpa da Prefeitura, porque esta, coitada, “tira leite de pedra”.

Em segundo plano?

Resta saber de qual mês. No dia da assinatura, perguntado sobre quando os recursos acordados nesta seriam recebidos pelo governo, Romeu Zema disse que parte deles já estavam sendo aplicados desde janeiro deste ano. Mas que, com a assinatura do termo de reparação, a partir da outra semana, ou seja, a do dia 12, seriam abertos os editais para diversas obras. Disse também que previsão era que parte dos recursos fosse disponibilizada de imediato e outra, ao longo dos próximos 100 dias. Sem dúvida, Divinópolis ficou com esta segunda opção, mas, pelo menos uma vez, não poderia ter sido priorizada? Governador, que seja o senhor o primeiro, em um agradecimento à votação expressiva que teve aqui quando se elegeu. A saúde, não só de Divinópolis, mas de todas as cidades que necessitam do seu atendimento, agradece. 

Se estranharam 

Os vereadores Diego Espino e Josafá Anderson trocaram farpas ontem durante suas falas. O motivo foi a MG-050 e suas obras intermináveis. Idas a Belo Horizonte de Espino para tratar do assunto foram citadas por ele, quando alfinetou Josafá por ter feito o mesmo. Por sua vez, ele respondeu, afirmando que não foi de intrometido, foi muito bem convidado, como sempre fez. E uma verdade seja dita: Josafá teve em seu mandato passado essa pauta como sua principal bandeira. Mas os ânimos estiveram exaltados na Casa por outros motivos, como o projeto dos templos religiosos e o puxa saquismo escancarado ‒ este, aliás, não é novidade. A politicagem ali rola solta e não é de hoje. 

 

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