No ar, a pandemia

Leila Rodrigues

Há aproximadamente 16 anos convivemos com as redes sociais. Para todos os gostos e diversos fins, elas, as redes sociais, chegaram e mudaram nossas vidas. Você querendo ou não, todos nós, em algum momento, nos rendemos a esse gigante da atualidade. Seja para relembrar o passado, para estar perto de quem está longe ou simplesmente para mandar um recado: atire a primeira pedra quem nunca usou a tecnologia para se aproximar de alguém!
Porém, como tudo na vida tem eu lado B, nos aproximamos de quem está longe e, na mesma proporção, nos distanciamos de quem está perto. E a luta para achar o equilíbrio entre o real e o tecnológico, o distante e o próximo, já chegou às nossas famílias. Hoje lutamos para saber dosar nosso tempo entre a tecnologia e a realidade. Pobre de nós!
Até que vem um vírus, lá de longe, mexer com nossas rotinas, com nossa forma de viver e de conviver com as pessoas. A partir de agora, não toque, não chegue perto, não abrace, não beijem. Estamos correndo riscos. Precisamos prevenir, precisamos preservar as pessoas do risco e o afastamento é o melhor caminho.
Agora, sim, vão fazer falta o beijo, o abraço apertado e o aperto de mão. Agora vamos entender, na prática, o que estamos fazendo há anos. Já estamos afastados das pessoas há muito tempo. Só não nos demos conta disso!
Os disseminadores de plantão aumentam por conta própria a tragédia. São piores que o próprio vírus. Por outro lado, os alienados fingem que não tem nada acontecendo. E, de novo, a rede social é o palco de informação, desinformação e mentiras. De tudo que vemos e ouvimos, a grande parte é “fake news”, esse nome moderno que a criatividade deu para a mentira.
O fato é que foi preciso vir um vírus lá do outro lado do planeta para nos colocar no nosso lugar de humanos. Pois bem, está aí o vírus. Somos todos pequenos diante da pandemia. É hora de ficarmos atentos, de cuidarmos e de preservarmos a vida daqueles que amamos e que dependem dos nossos cuidados. O risco é de todos nós, sem exceção. Contudo, se você for surpreendido com uma vontade louca de abraçar e beijar seus pais, seus avós ou seus tios que estão no grupo de risco da pandemia, aguente firme, você está sendo curado da doença da tecnologia. Por ora, preserve-os ao máximo. Em breve a tempestade terá passado e você vai poder abraçar muito, todos aqueles que a modernidade afastou.

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