Nem no sonho

A iniciativa do vereador Matheus Costa (CDN), autor de uma petição pública que vai doer nos bolsos dos vereadores, é interessante e tardia, porém, muito difícil de ser colocada em prática. Explico: quer saber quem são os políticos? Mexa na grana que lhe é atribuída. O objetivo é a redução dos custos da Câmara, e isso implica em redução nos salários e corte das verbas de gabinete. É aí que o bicho vai pegar. Quer apostar?

Por muito menos

Diante de situações bem mais simples os vereadores andam se digladiando. Imagine, então, se o que pode virar realidade os ameaça de alguma forma. Uma coisa é certa: não é justo com os servidores, principalmente os professores, e muitos outros que trabalham feito burro de carga para pagar um representante que pouco ou nada faz por eles. Aliás, o que mais fazem é fazer uso da primeira pessoa no singular, ou falar de problemas e projetos de fora, enquanto Divinópolis entra cada dia mais em buraco sem fundo.

Não tem hábito

Outro item que consta na petição é a mudança nos horários das reuniões ordinárias da Câmara que passariam a ser realizadas às 19h. Para o vereador, neste horário, as pessoas que trabalham durante o dia teriam a possibilidade de assistir aos encontros realizados duas vezes por semana. Ledo engano. A população não é acostumada a frequentar as casas legislativas, exceto quando há algum interesse próprio, não no coletivo. Não é à toa que o egoísmo escancarado dos políticos é um reflexo do povo que o elegeu.

Nem aí

Não vai, não cobra, não acompanha. Ou seja, está se lixando. Por isso os ocupantes de cargos públicos fazem o que querem no Brasil. Enquanto a população não acordar e, finalmente, entender que ela é a política, faz parte do processo e não pode se acovardar, as coisas seguirão no mesmo ritmo: sem receber o mínimo necessário, tendo representante ogro e tentando ter um fio de esperança em mudanças. Isso muitos não sabem, mas são os principais culpados.

Dia do luto

Como ocorreu em todo o país, auditores fiscais da Receita Federal, filiados à Delegacia Sindical do Sindifisco Nacional, em Divinópolis, paralisaram suas atividades na quarta-feira, em protesto. O movimento fez parte do “Dia Nacional de Luto” e todos os participantes usaram roupas pretas. O motivo da manifestação é o repúdio pelas ingerências políticas nas investigações da instituição, em que os auditores foram impedidos de prosseguir com as fiscalizações que envolvem nomes de 133 agentes públicos do alto escalão do governo federal e do Judiciário. Não sei o porquê da surpresa, quem era para ser pego, já foi. E tem mais, a farra está apenas começando!

Caso pensado

Não é por acaso que queriam restringir as atuações e poderes do Ministério Público e das polícias, principalmente a Federal. Impedir a realização de investigações criminais, por conta própria, é muito viável para quem tem o “rabo preso”. Pela proposta de alteração da Constituição, promotores e procuradores não poderiam mais executar diligências e investigações próprias – apenas solicitar ações no curso do inquérito policial e supervisionar a atuação da polícia. Os protestos que tomaram o Brasil ainda não deixaram. E tiveram coragem de afirmar que a PEC foi rotulada de forma “indevida” como sinônimo de “impunidade”. Por aí se confirma a verdadeira intenção.

Quem manda?

Não é de se estranhar, vindo de quem vem. Mas o presidente Jair Bolsonaro fez questão de reforçar que o diretor-geral da Polícia Federal (PF), Maurício Valeixo, é subordinado a ele, e não ao ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sérgio Moro. E não descartou a possibilidade de eventualmente trocar o chefe da PF, de novo! Disse ainda que as chamadas ingerências são uma forma de mudança. Percebe-se, todos os dias!

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