Não é tudo

Editorial 

Cenário político definido em Divinópolis e Gleidson Azevedo (PSC) será o prefeito nos próximos quatro anos. Muitas caras novas entre os 17 vereadores foram escolhidas. A renovação não foi igual ou maior do que em 2016. Seis vereadores conseguiram se reeleger, e nove foram eleitos, além da volta de dois ex-vereadores. Apesar de o cenário não ter sido de renovação total, o eleitor deu o seu recado. Está se cansando do “mais do mesmo”. Vereadores que estavam ali há seis, cinco, três mandatos, e fizeram do Legislativo profissão, desta vez não voltaram, com exceção de pelo menos dois. Melhorou? Sim! Mas ainda é preciso muito mais. 

Durante entrevistas, após a apuração, alguns vereadores já falavam em Mesa Diretora. Como assim? 2021 nem chegou e ninguém sabe se até lá todos estarão ainda neste planeta.  Na política é de praxe. As articulações são muito antecipadas para não se correr riscos de erros futuros. E é exatamente por isso que a renovação é necessária. O político de mais de um mandato é carregado de vícios, ego elevado e práticas nada recomendáveis para quem diz que pretende representar o povo dignamente. São atitudes como esta que indicam que o trabalho do eleitor está apenas começando. Renovar não é só o necessário para se ter uma cidade digna para se viver. Cobrar e fiscalizar é uma obrigação para que Divinópolis volte a desenvolver. 

Se venceram os melhores? Ainda não se sabe. A população saberá somente nos próximos anos. Se a renovação é o melhor caminho? Também não se sabe, tendo em vista a atual legislatura, uma das piores até hoje. A única coisa que pode se dizer agora é que o trabalho do eleitor não terminou domingo, ele está apenas começando. De agora até o dia 1° de janeiro, os vereadores eleitos e o prefeito começarão a articular visando seus mandatos. Quanto à Mesa Diretora, quem é quem, quais chapas, e quem vai votar em quem? Certamente, isso já está na pauta. A cada dois anos é assim! Não adianta se iludir e achar que com esta renovação o processo será transparente e respeitoso para com o eleitor. Pois, se renovação fosse boa, Divinópolis não estava do jeito que está. 

Para que a renovação tenha utilidade para o povo e para a cidade, é preciso que a população tenha senso crítico e cobre dos nobres vereadores eleitos, do prefeito e da vice-prefeita uma postura condizente com a adotada durante a campanha. Milhões de promessas foram feitas. Algumas sabe-se que não serão cumpridas, mas, se os representantes eleitos pelo menos se mantiverem no propósito de trabalhar pelo povo e por Divinópolis, já é meio caminho andado. Apesar de entrevista feita com candidato reeleito mostrar que talvez a população terá “mais do mesmo”, se o povo fiscalizar e cobrar, talvez não. 

O trabalho deve ser contínuo, e ele não é de responsabilidade de ninguém menos do que do povo. Hoje, o misto de medo e esperança toma conta de todos. Enfim, a angústia da espera acabou. A política foi definida. A esperança de dias melhores toma conta deste povo sofrido, abandonado pelo poder público. Mas, é como diz a Bíblia, “o trabalho edifica o homem”, e a fiscalização edifica uma cidade. Arregacem as mangas e vão à luta. Divinópolis espera por isso! 

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