Não brinquem com coisa séria

Maria Cândida - Rotativa 

Acabo de ler e de ouvir.

 Autoridades oficiais anunciam e repetem:

  1. Covid não tem cura;

 

  1. Não tem remédio eficaz;

 

  1.  Prevenção: isolamento e máscara.

 

 (A nota foi retirada do ar logo após a divulgação.)

 Ninguém explicou por que motivo.

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  Eleições: Lembranças 

Que alegria assistir e participar de mais um dia de eleições municipais em Divinópolis, Centro-Oeste de Minas Gerais, Brasil. E agora o povo foi convocado era para escolher prefeito municipal e vereadores, festa cívica de muita comoção e envolvimento.

Tudo muito calmo, até demais, para uma escolha tão marcante. Afinal, escolher quem vai administrar a cidade por anos era coisa muito significativa. Principalmente para quem se lembra como era até pouco tempo atrás. Havia um solene e suculento preparo dos eleitores: cada partido fechava eleitores em agendas fechadas e arrombadas, num grande espaço central e ali se ajuntavam eleitores do mesmo partido e rezavam e falavam e prometiam e ameaçavam e criticavam e confabulavam e cantavam e xingavam e rogavam praga nos adversários e torciam e agiam para a vitória de seu candidato. Mulheres devotas do partido cozinhavam em fogões a lenha armados no meio do terreno e ali aconteciam campanhas e xingos nos adversários e louvações e elogios aos candidatos e um discreto terço cantado e acompanhado do lado com o pedido da vitória.

 Esse quadro já era o Apocalipse, vez que no caminho de chegada valia tudo para a vitória final. Até promessa de emprego a troco do voto, e dinheiro vivo e cirurgia sempre adiada agora com dia marcado, e conta aberta na farmácia mais surtida, e pagamento de mensalidade escolar para o filho, e até casamento com príncipe e princesa à escolha… Óh sorte!

...E o outro partido comemorando discretamente a vitória? Vê lá! Era até pior, mais eficaz e mais doído. Pois, afinal, os partidos se fundiam empatando nas aleivosias e destemperos. 

Afinal, o que valia era a vitória. O poder! E aí valia tudo e mais alguma coisa. Durante a campanha valia tudo e mais alguma coisa. Consta, com certo exagero, que só não se negociava a alma. O resto... E tudo no “Queima”... E o vigário era santo e compreensivo.

Ali na rua Goiás ficavam devotos de cada lado do passeio, oferecendo ótimos agrados. Negócios. E “santinhos”.

E a paciência e compreensão eram em limites:

—O quê? Quer ganhar mais uma botina para votar no nosso candidato? Você não já ganhou um pé da botina ontem? Uma não chega? Vá lá. Aqui está o outro pé da botina rangedeira. Agora você vai calçado e faceiro com um par de botina novinha pra votar no nosso candidato... 

Daí que chega outro eleitor, de terno e gravata, pra votar no compadre que também era candidato a prefeito da cidade: 

—O senhor está reclamando porque ganhou só a dentadura de cima e que está faltando a de baixo pra mastigar com o par de dentadura nova? O senhor não acha que está querendo demais? É assim mesmo: quanto mais tem mais quer... Vá lá desta vez… De qualquer jeito, é bom não se esquecer de devolver o par, porque ano que vem tem mais eleição...

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   Só para lembrar:

 Houve um tempo em que se ajuntassem dois ou três políticos da mesma família vencendo eleições partidárias, vinham logo os resmungos: “É máfia, é “famia“ é eles querendo mandar na cidade, pode não”.

 Hoje, agora que três da família Azevedo chegam ao poder, palmas sem implicância. Afinal, são boa gente e competentes. Espera-se. 

 

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