Na elegância

Não se pode negar que o líder do prefeito na Câmara, Eduardo Print Júnior (SD), conduziu desta forma as negociações entre a Prefeitura e os comerciantes ambulantes. Não que a Comissão Especial, liderada por Janete Aparecida (PSD), não tenha agido de forma decisiva, mas nestas horas de tumulto e discordâncias, a forma de agir faz a diferença. E Print, no puro bom tom, costurou de forma impecável as negociações. Isso só comprova que, para se destacar em qualquer cargo que seja, não precisa gritaria, bate-boca e, muito menos, perseguições.

Bom senso

E que bom que o equilíbrio emocional prevaleceu. Por isso, o resultado foi positivo. Com isso, todos os lados saíram ganhando. A Câmara, que teve a iniciativa de solucionar a situação, os ambulantes, que concordaram, e a Prefeitura, que cedeu. O desfecho, que culminou no adiamento do prazo para que eles possam desocupar o quarteirão fechado da rua São Paulo, ocorreu com uma reunião que teve a mediação da Defensoria Pública. Venceu a cidade, que não será palco de confusão e notícias negativas.

Falhou feio

Só não foi tudo perfeito porque os membros da comissão da Câmara não foram convidados. A vereadora Janete se sentiu desrespeitada e deixou isso claro em seu discurso ontem. E nisso ela tem razão, afinal, foi por meio do grupo formado no Legislativo que começaram as negociações. Mas, como ela deixou claro, importante é que tudo foi resolvido e terminou em paz. Mas, que o Executivo falhou ao não convidá-los, isso é fato.

Para ontem

As reuniões do Legislativo em 2019 estão próximas de ser encerradas. Pelo calendário estipulado pela Casa, vão até o dia 16 de dezembro, ou seja, menos de 20 dias. Isso para as reuniões ordinárias, pois, se não houver tempo para a apreciação de projetos importantes como a Lei Orçamentária Anual (LOA), que precisa ser apreciada, as extraordinárias entram em campo. Fica a expectativa para que a Planta de Valores seja inserida neste pacote de importância, sob o risco de Divinópolis se afundar ainda mais no caos no próximo ano. Já se perdeu tempo demais com essa lenga-lenga. Só para refrescar a memória, é ano eleitoral e pouco se pode fazer, ainda mais se não houver recursos.

Está contra

Ninguém é louco em dizer que Divinópolis é “mil maravilhas”. Talvez passe por um dos piores momentos de sua história. Porém, todos são inteligentes o suficiente para estar cansados de saber que não é o único município que passa por sérios problemas financeiros, principalmente, pela falta de repasses e a dívida milionária do Estado, a qual nem sabe se irá receber. Como dinheiro não dá em árvore e sem ele a cidade não anda, é preciso buscar soluções. E, neste momento, a aprovação da Planta de Valores é a salvação da lavoura. Quem disser o contrário em discursos inflamados está contra Divinópolis e a população. Esta é a realidade.

Tem mais

Sinceramente, tem político em Divinópolis que parece não conhecer a realidade dos bairros periféricos da cidade. Não só isso. Mas também como funciona a máquina pública. É cada coisa que a gente escuta que ouvimos pessoas próximas falarem: “eu não escutei isso”. A sugestão é que, antes de usar certo tema para discursos, tenha conhecimento da causa e conheça a realidade da região à qual se refere. Falar para atingir A ou B não é papel de legislador. Existem trabalhos e ações importantes a serem feitos em diversas partes do Município e uma população que anseia por isso.

Velhos como a serra

Assuntos como Copasa, Hospital Regional, Complexo Ferradura e entrada do Distrito Industrial são antigos e já foram debatidos inúmeras vezes e não é de hoje. E nenhuma gestão municipal e estadual foi capaz de resolver até hoje. Porém, eles vão e voltam quando convém a quem quer reclamar e culpar quem está no poder. Verdade. A culpa é sempre do outro. O dia que alguém calçar a sandália da humildade e ser o primeiro dizer: “não, a culpa é nossa”, talvez as coisas comecem a entrar no eixo.


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