Mudança inédita

Preto no Branco

O troca-troca de secretários na Prefeitura parece ter dado uma pausa. No entanto, nos bastidores, os comentários sobre a possível desvinculação de Will Bueno seguem a todo vapor. Will, que também disputou a Prefeitura nas eleições 2020, está à frente da Secretaria Municipal Secretaria Municipal de Fiscalização de Obras Públicas e Planejamento (Semfop) desde o início do governo Gleidson Azevedo/Janete Aparecida. Em resposta à coluna ontem, Bueno desmentiu sua saída e adiantou que “estamos planejando mudanças aqui, para melhor”. O secretário disse que, por enquanto, não pode dar muitos detalhes, mas trata-se de função que até então não existia na Prefeitura. Mas que tem gente nova na área dele, isso tem.  O primeiro nome é Cláudio  e já até foi apresentado.  Aguardamos ansiosos.

De volta 

A famosa denúncia envolvendo o empreiteiro Marcelo Máximo, conhecido como Marreco sobre favorecimento de cargo público em troca de silêncio, contra o ex-prefeito Galileu Machado,  os ex-secretários Raquel Freitas e Roberto Chaves e o blogueiro Geraldo Passos, que foi motivo até de CPI na Câmara, está de volta à Comarca de Divinópolis. O processo estava a  cargo do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) porque Galileu exercia a função de prefeito e a prerrogativa de processar e julgar processos envolvendo  prefeitos é dos Tribunais de Justiça, ou seja, na 2ª Instância. Como não foi reeleito, a competência passa a ser da 1ª Instância. Lembrando que os demais réus já foram julgados e condenados, cada um  a pagar seis cestas básicas do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Econômicos (Dieese) que à época estava avaliada em R$ 348,85.  Quanto a Galileu, não foi deferida a transação penal  porque  é réu em outros processos. Galileu está fora da vida pública, mas os respingos de seu governo, sabe-se lá quando terminarão.

Entenda o caso 

A conhecida CPI dos Áudios foi instaurada na Câmara para apurar possíveis irregularidades cometidas pelo então prefeito, que teria oferecido cargo em sua gestão ao empreiteiro Marcelo Máximo, conhecido como Marcelo Marreco. Toda a situação foi desencadeada em 2018, quando Geraldo Passos foi apontado como intermediador da oferta que teria sido feita por Machado a Máximo. No entanto, Geraldo e os  demais, em depoimento à CPI, negaram todas as acusações. Todo o material foi entregue ao Ministério Público (MP), que denunciou todos, e o resultado está descrito na nota anterior. Mais uma triste passagem (desvio de conduta) na política divinopolitana registrada nos anais da cidade. 

Fura filas 

Com notoriedade agora por causa da vacinação contra a covid-19, essa prática condenável é mais comum entre os brasileiros do que se imagina. Uma vergonha praticada principalmente por quem se acha melhor do que todo mundo, enquanto quem realmente precisa fica no último lugar da fila. Quem está furtando a dose na vacinação de quem tem direito? Secretários de saúde, filhos ou esposas de médicos e a parentela dos poderosos. Alguns casos foram descobertos e houve até punição, mas e os inúmeros que ficam por debaixo dos panos? É por condutas assim que o Brasil é podre na corrupção ‒ e não pense que só parte de políticos ou alguém que tem algum tipo de poder. A população, além de compactuar, pratica, dando assim margem para a continuidade e dificultando ainda mais o combate. Se o exemplo não começar a vir de baixo, os de cima agradecem.

Se enquadra?

E exemplos que vêm do povo não faltam. E se você se enquadra em alguma das dez práticas listadas por especialistas, antes de apontar o dedo para alguém, olhe para o próprio umbigo: não dar nota fiscal; não declarar Imposto de Renda; tentar subornar o guarda para evitar multas; falsificar carteirinha de estudante; dar/aceitar troco errado; roubar TV a cabo; furar fila; comprar produtos falsificados; no trabalho, bater ponto pelo colega; falsificar assinaturas. E então, “a carapaça assentou”? Se sim, saiba que aceitar esses pequenos favores legitima aceitar grandes corrupções. E esse é o meio de onde saem nossos representantes. Querer exigir integridade deles é hipocrisia.

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