MP entra com medida contra mãe e padrasto suspeitos de tortura em Divinópolis

Bebê de um ano e oito meses está internado no hospital Santa Mônica desde o último sábado

Rafael Camargos

O Ministério Público (MP), por meio do promotor da Vara da Infância e da Juventude de Divinópolis, Carlos José Fortes, entrou com um pedido de aplicação de medida protetiva ontem, 25, contra a mãe e o padrasto acusados de agredir uma criança no último fim de semana em Divinópolis. O promotor, que acompanha o caso de perto, quer saber o que realmente aconteceu com a menina de um ano e oito meses. Com a aplicação, nem a mãe nem o padrasto podem se aproximar da criança.

Tudo começou quando a pediatra de plantão no Hospital Santa Mônica, onde ela está internada, notou sinais de agressão em todo o corpo. Segundo a profissional, após examinar a bebê, ela constatou queimaduras na nádega e no dorso, escoriações na fronte, hematomas na face e olho esquerdo. A Polícia Civil já começou a investigar o caso. Os suspeitos estão presos no Floramar e vão responder pelo crime de tortura. A pena pode chegar a até 18 anos.

O que aconteceu
Segundo Fortes, a medida protetiva é um ato comum e a intenção é zelar pelo bem-estar da criança até que o caso seja investigado.

— Entrei com a ação para garantir o bem-estar da criança, para saber como ela vai ficar e como ela vinha sendo tratada. Agora, em um primeiro momento, é importante que ela se recupere e termine o tratamento — pontuou.

Investigações

A Polícia Civil já começou a investigar o caso ainda no fim de semana, quando a mãe e o padrasto da menina foram ouvidos pela delegada responsável. Ela decretou a prisão dos envolvidos, que estão no presídio Floramar. Eles devem depor novamente ainda nesta semana. O casal foi autuado por tortura. A reportagem entrou em contato com o Hospital Santa Mônica para saber o quadro clínico da criança, mas a unidade não repassou informações.

Em entrevista ao Agora na última segunda-feira, 24, o delegado regional, Leonardo Pio, disse que a polícia trabalha com a hipótese de que a menina tenha sofrido outras agressões. Ele revelou que o casal atribuiu a responsabilidade do fato um ao outro. Ninguém confirmou quem realmente cometeu a agressão à menina de um ano e oito meses e, por isso, eles devem ser ouvidos novamente.

— As versões dadas pelo casal são bem contraditórias. Precisamos saber quando começaram de fato as agressões à criança, porque, ao que tudo indica, ocorriam há bastante tempo. Os suspeitos devem ser ouvidos novamente nos próximos dias — explicou.

O caso

De acordo com os investigadores, os militares foram chamados ao hospital Santa Mônica, onde havia uma criança com suspeitas de maus-tratos. A pediatra de plantão notou sinais de agressão em todo o corpo. Segundo a profissional, após examinar a paciente ela constatou queimaduras na nádega e no dorso, escoriações na fronte, hematomas na face e olho esquerdo.

Versões
À PM, a mãe relatou que saiu de casa por volta das 16h de sábado e deixou a criança aos cuidados de seu companheiro. Ela disse ainda que, ao retornar, por volta das 20h do mesmo dia, notou somente a queimadura nas costas da criança. Porém, não providenciou atendimento médico e não tomou nenhuma providência.

Ainda de acordo com a mãe, somente por volta das 10h de domingo, 23, ela veio a perceber as queimaduras nas nádegas da criança.

Entretanto, segundo a PM, apenas após a chegada da avó, a criança foi encaminhada para atendimento no hospital. Ao perceber a gravidade das lesões e a falta de nexo na versão da mãe, a médica acionou a PM.

Segundo a mãe, o companheiro contou que saiu de casa e deixou a criança sozinha. Ao retornar, ele teria percebido os ferimentos e mostrou somente queimaduras nas costas da vítima. O homem de 35 anos foi detido em sua residência. Ele e a mãe foram levados à delegacia.

 

 

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