Movimentos de classe fazem manifestação no Centro de Brumadinho

Por Anna Lúcia Silva, correspondente especial do Agora em Brumadinho


Movimentos que representam o povo se reuniram na tarde deste sábado (9) no Centro de Brumadinho para um ato que manifestou sobretudo, o abuso e descaso com os trabalhadores vítimas do rompimento da Barragem da Mina Córrego do Feijão no último dia 25 de janeiro.

O ato é ainda um marco pelo Dia Internacional da Mulher, cuja ação foi encabeçada pelo Movimento Feminino Popular (MFP) de Belo Horizonte. A ação contou com mais de 50 manifestantes.

A concentração e momento que marcou o evento ocorreu em frente à rodoviária municipal onde o grupo queimou um boneco confeccionado com papéis, que representava ali o presidente da Vale. Para o grupo, significou a punição pelo descaso com os trabalhadores da empresa, vítimas da tragédia e claro, todos seus familiares.
Além do MFP, estava entre o grupo representantes da Associação Brasileira dos Advogados do Povo (Abrapo), Movimento classista dos trabalhadores em Esucacao e representantes do Marreta, movimento dos trabalhadores construção civil.

Katia Morais faz parte da Abrapo e estava presente no ato. Segundo ela, a ação significa a representação de todos que sofrem com a tragédia.

“Estamos aqui representado a classe trabalhadora que sofre com toda exploração de empresas que roubam a riqueza do país e ainda por cima deixa esse rastro de destruição e mata trabalhadores dessa forma tão vil. Estamos hoje e sempre em defesa de tantas mulheres que perderam seus maridos, filhos, pais, por isso, é importante que a gente esteja aqui pra marcar este dia”, disse.

Com microfone nas mãos e andando pelas ruas de Brumadinho, Lívia Damasceno, que representa o MFP, era a porta-voz de todo grupo. Em sua fala ressaltou o assassinato de tantas pessoas pela lama da Vale, fortaleceu a luta de trabalhadores e principalmente mulheres, cobrou punição à Vale e sua diretoria é claro, lamentou o que por anos se estenderá como ferida aberta em uma Minas Gerais explorada pelo capitalismo.

“Foi um crime. Um assassinato de um povo para retirar riquezas e o pior, foi consciente. Estamos mais uma vez aqui pra defender o nosso povo. Essa empresa veio para Brumadinho pra explorar e tirar nossas riquezas e que acabou com a vida de centenas de famílias e agora acha que 50 mil vai resolver o problema de uma pessoa que foi assassinada. Esse é o maior crime de trabalho que aconteceu em nosso estado”, destacou.

Entre os manifestantes também estava Daniela Antunes, que representa a Executiva Mineira dos Estudantes de Pedagogia e para ela, a manifestação significa ampliar a luta de mulheres trabalhadoras e mostrar que os movimentos sociais caminham junto à sociedade.

“Na época mais recente do ocorrido, a Executiva esteve presente para ajudar e, participamos efetivamente do voluntariado aqui. Para todos nós essa ação é importante justamente pra mostrar que somos trabalhadores, tanto homens quanto mulheres e que estamos juntos. Fazer o ato em Brumadinho é fundamental pois foi onde ocorreu essa chacina em que centenas de pessoas morreram por algo já previsto tanto pelo governo e quanto pela empresa. Portanto, é importante vir aqui e lutar junto com o povo de Brumadinho”, destacou Daniela.

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