Mortes por dengue na cidade ainda não foram confirmadas

 

Matheus Augusto

Dois meses após a morte de dois idosos em Divinópolis com suspeita de dengue, o diagnóstico ainda não foi confirmado pela Secretaria de Estado de Minas Gerais (SES-MG). A Prefeitura confirmou que duas pessoas perderam a vida na cidade no dia 23 de abril em consequência da doença. Em comunicado emitido na época, a Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) informou que as amostras seriam encaminhadas à SES para confirmação do diagnóstico. A Superintendência Regional de Saúde (SRS) em Divinópolis disse à reportagem ontem que a demora para a confirmação é devido ao volumoso número de casos em análise.

O órgão estadual já confirmou a morte de 86 pessoas em Minas em decorrência da picada do Aedes aegypti – e outras 137 continuam em investigação. No entanto, as duas vítimas fatais em Divinópolis continuam em análise.

Casos

Uma das vítimas foi uma mulher, de 69 anos, residente no bairro Santa Clara. Ela morreu no dia seguinte após sua internação no hospital Santa Mônica, onde chegou com o quadro de saúde delicado. A outra vítima, um homem de 77 anos, morava no Niterói, e deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) em estado grave. Ele morreu no dia 18, poucas horas após ser internado.

Segundo informou a Prefeitura no dia 23 de abril, as causas de ambas as mortes foram confirmadas após testes nas unidades onde as vítimas viveram seus últimos momentos.

Números

A Semusa ainda não divulgou, nesta semana, o boletim epidemiológico de dengue na cidade. O último balanço, atualizado na quarta-feira, 19, aponta Divinópolis com 1.557 casos da doença confirmados. Além disso, outras 1.943 suspeitas estavam em análise.

Apesar do clima mais ameno em relação aos primeiros meses do ano e as ações de enfretamento ao mosquito, os números ainda deixam em alerta as autoridades de saúde e causam medo na população.

Dentre as medidas, adotadas desde janeiro pela Semusa, está o adiantamento de ações como o “Dia D”. O órgão também deu continuidade aos mutirões de limpeza para recolher entulhos pela cidade, ambientes de possíveis criadouros do mosquito.

A Prefeitura ainda precisou adotar estratégias em relação ao atendimento, devido ao volume de pessoas apresentando suspeitas da doença. Como relatado no fim de abril pelo Agora, a procura por consultas na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Padre Roberto cresceu cerca de 30%, quando comparado ao número usual de pacientes.

Para agilizar a prestação de serviço, a Semusa organizou as pessoas com suspeita de dengue de acordo com a gravidade do caso. Inicialmente, o indivíduo deve passar pela unidade de saúde local para receber o devido encaminhamento. Casos menos urgentes poderiam ou ser cuidados ou na própria unidade ou no ambulatório montado na Policlínica para a hidratação, oral e venosa, dos enfermos. Os pacientes mais graves continuam sendo tratados na UPA.

 

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