Morte por engasgamento não é comum, diz médico

 

Maria Tereza Oliveira

A morte de uma mulher engasgada com bagaço de laranja em Divinópolis chamou atenção por se tratar de uma situação rara. A ocorrência foi na última sexta-feira, 17, no bairro Bela Vista. Na maior parte dos casos, se resolve após tossir, entretanto, pode colocar a vida em risco, já que pode tampar as vias respiratórias e impedir que o ar chegue aos pulmões.

Segundo o diretor técnico do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), Marco Aurélio Lobão Mendes, a frequência de ocorrências por engasgamento não é alta.

— Mesmo sendo poucos casos, é preocupante pois a maioria dos casos é de engasgamentos graves — refletiu.

O profissional da saúde está há 25 anos no setor de Urgência e Emergência e participa do Samu desde o início do projeto na cidade. Ele destaca a importância do médico regulador durante essas emergências.

— Nestes casos é primordial ligar para o Samu. O médico regulador irá orientar o solicitante como deve proceder para ajudar a vítima enquanto a equipe está a caminho — explicou.

Alguns comportamentos tornam o engasgamento mais propenso a ocorrer, como por exemplo, beber muito rápido qualquer alimento líquido, não mastigar adequadamente os alimentos, comer deitado ou recostado, engolir chicletes ou balas, engolir pequenos objetos.

Para casos de menor complexidade, o engasgo pode passar se a pessoa tossir ou caso alguém bata nas costas dela de baixo para cima com a mão para cima. Sem ação rápida a situação pode evoluir e se tornar um engasgamento grave.

Manobra de Heimlich

Os médicos reguladores do Samu orientam que, em caso de engasgamento mais grave, o solicitante faça a Manobra de Heimlich na pessoa engasgada. Segundo Marco Aurélio Lobão, para realizá-la deve-se seguir os seguintes passos:

Ficar de pé atrás da vítima, que também deve estar de pé. Passar os braços à volta do tronco da pessoa. Cerrar o punho da mão que tem mais força e colocá-la, com o nó do polegar, sobre a boca do estômago da vítima, que fica entre as costelas. Colocar a outra mão sobre a mão que tem o punho cerrado. Fazer pressão com as mãos contra o estômago da pessoa, para dentro e para cima, como se fosse desenhar uma vírgula.

A pressão criada por esta manobra no estômago ajuda a deslocar o objeto pela garganta acima, liberando as vias aéreas, mas não deve ser feita em crianças com menos de um ano. Após este procedimento é normal que a pessoa comece a tossir, por isso, é importante deixá-la tossir, pois é a melhor maneira de evitar o sufocamento.

É importante que a pessoa não desista da vítima. Ela deve insistir até conseguir remover o objeto que esteja impedindo a respiração da vítima — reforçou.

Caso a pessoa perca a consciência, é preciso que seja realizada a manobra de reanimação. Para realizá-la é necessário sentar-se de frente para a vítima, sobre sua bacia ou pernas, posicionar as mãos abertas uma sobre a outra na região superior do abdômen, próxima ao tórax e fazer uma forte pressão para dentro e para cima, utilizando o peso do corpo. Repetir quantas vezes for necessário.

Em crianças de um ano ou menos o indicado é deitá-la de bruços, dar tapas fortes nas costas do bebê e depois checar se conseguiu desengasgá-lo.

 

 

 

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