Modelo

A prática de racismo e homofobia nos estádios de futebol é lamentável e intolerável. Não se sabe ainda por qual motivo, mas foi vista com certa frequência nos últimos anos. E não é só no Brasil, não. Em países tidos como de primeiro mundo. No entanto, na maioria das vezes envolveu atleta brasileiro. E por que, será? Por uma única razão: nosso país ultimamente vem servindo de modelo para esta aberração chamada intolerância.

E não para

Quando se achava que situação estava até certo ponto controlada, devido à punição de alguns, vem a política e  a coisa sai do controle. Não dá para acreditar que vivemos em um país livre que tem como base a democracia. Basta um comentário contrário, ao que pensam e seguem algumas pessoas, para as ofensas começarem. E não é pouca coisa não. São comportamentos agressivos e condenáveis.

Ameaça

O caso envolvendo a sertaneja Marília Mendonça ilustra bem este atual cenário vivido no país. Após um desafio proposto por Daniela Mercury viralizar nas redes sociais entre as famosas, a cantora Marília Mendonça foi uma das que decidiu se posicionar dentro do movimento #EleNão. A campanha consiste em manifestar desaprovação quanto à candidatura do presidenciável Jair Bolsonaro. Ela usou sua conta no Instagram para publicar um vídeo em que se posicionava politicamente contra o candidato do PSL. No entanto, pouco menos de 24 horas depois, ela se viu obrigada a excluir a publicação.

Ameaças

“Sou uma mulher que batalhou bastante, dentre outras mulheres do sertanejo, para quebrar todo o preconceito de um mercado completamente machista”, dizia ela no vídeo que foi excluído. Para seguir a corrente, ela desafiava as amigas Maiara e Maraísa, além de Gal Costa. Marília apagou o vídeo de seu perfil e explicou aos fãs que tomou essa decisão após receber diversas ameaças. Ela também relatou que sua família foi ameaçada. Fica a pergunta: isso é realmente um país que se tenha liberdade de expressão?

Denunciado

Um caso que faz parte do mesmo pacote levou o Atlético para o banco dos réus, e, merecidamente. A Procuradoria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) denunciou o clube pelos cantos homofóbicos entoados por parte da torcida no clássico contra o Cruzeiro, no Mineirão, no último dia 16. O clube alvinegro será julgado no início desta tarde pela Quinta Comissão Disciplinar, no Rio de Janeiro, enquadrado em dois incisos do artigo 191 por descumprimento do Estatuto do Torcedor e do Regulamento Geral de Competições (RGC). A sessão está agendada para as 13h30, no Rio de Janeiro.

Homofobia

No dia, parte dos torcedores do Atlético entoou cânticos discriminatórios contra a torcida adversária, também se referindo o candidato a presidente Jair Bolsonaro. Na ocasião, após o clássico, a diretoria do Atlético emitiu nota de repúdio nas redes sociais do clube, se posicionando contra o comportamento de parte dos torcedores. Eu não chamaria estas pessoas de torcedores. Para mim, são criminosos infiltrados em meio a pessoas de bem, dispostos a qualquer coisa e que deveriam ser banidos dos estádios.

Não adiantou

"O Clube Atlético Mineiro lamenta profundamente as manifestações homofóbicas de parte dos torcedores. Reiteramos nosso repúdio a quaisquer gestos de preconceito ou de incitação à violência. A maior torcida de Minas é composta por pessoas de todas as classes sociais, raças e gêneros, não cabendo qualquer tipo de discriminação. Isso não faz parte da nossa gloriosa história!", escreveu na época. Entretanto, não foi suficiente para convencer a justiça. Bem feito.

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