Médicos da UPA recebem salário de setembro

 

Rafael Camargos

Todo mês a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) enfrenta a mesma situação. Os salários atrasados vêm gerando desgaste na saúde do divinopolitano e o caos instaurado parece está longe de um fim. Com o Estado em dívida com o Município e a Santa Casa de Caridade de Formiga estudando rescindir o contrato de terceirização, os médicos querem uma solução, uma vez que o salário pago ontem, foi o referente ao mês de setembro.

A Secretaria Municipal de Saúde de Divinópolis (Semusa) quitou a folha de pagamentos dos médicos, referente a setembro com vencimento em outubro.

De acordo com a diretora de Urgência e Emergência, Cristiane Silva Joaquim, o dinheiro usado para quitar a folha de pagamento vem do recurso mensal repassado para a UPA pela União.

No fim do dia

De acordo com as informações apuradas junto a um médico que trabalha na unidade, nenhum dos médicos havia recebido ainda, por volta das 16h. Segundo o profissional, a prefeitura, através Semusa enviou ontem, 12, a documentação para realizar o pagamento referente ao mês 9.

— A Semusa encaminhou a documentação [hoje] para Formiga. A Santa Casa ainda não pagou os valores referentes ao mês de setembro do salário atrasado dos médicos. Ela emite o valor para o Município, essa faz o repasse e paga os fornecedores e funcionários. Esta nota com o valor total foi emitida em setembro, e agora em dezembro que estão pagando. A prefeitura disse que os salários serão pagos amanhã — frisou o médico.

Enfermeiros devem aderir

Com os médicos em pé de guerra em função de salários atrasados e atendendo
somente a casos de emergência, a UPA poderá ter um novo problema pela
frente. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Divinópolis e Região Centro-Oeste (Sintram), os enfermeiros contratados, que prestam serviços à unidade, também ameaçam paralisar as atividades, a partir desta semana.

A decisão está relacionada à suspensão parcial dos atendimentos adotada pelos médicos e a uma série de questões ligadas à condição de trabalho.  

O Sindicato dos Enfermeiros de Minas Gerais, que representa a categoria, informou que  há excesso de demanda de trabalho, falta de segurança para quem atua na linha de frente, falta de medicamentos e aparelhagem inadequada.

Em caixa

Na última sexta-feira, 8, o deputado Domingos Sávio (PSDB) depositou o valor de R$ 1 milhão de para o custeio da UPA.  O montante foi depositado no Fundo Municipal de Saúde e deverá ser utilizado para quitar as notas em atraso dos médicos.

 A previsão é que hoje, 14, os recursos estejam disponíveis. O repasse foi liberado em 8 de dezembro e, de acordo com o sistema do Ministério da Saúde, a previsão para que o dinheiro caia em conta do município é de três dias úteis após o depósito.

— Tão logo seja liberado, poderemos pagar a folha referente a outubro com vencimento em novembro e regularizar os insumos — afirmou Cristiane.

 

 

Nos próximos dias a emenda do deputado federal, Jaime Martins (PSD) deve ser depositada. A verba já foi habilitada e aguarda cadastro e ser empenhada para pagamento.

 

Caos

 

No último domingo, 10, por exemplo, todos os funcionários da limpeza não compareceram ao plantão, em razão do atrasos no vale-transporte e no salário. Com a ausência dos servidores, a higienização da UPA e outros serviços como a troca de roupa das camas, ficaram prejudicados. De acordo com um médico que trabalhou
no fim de semana, as instalações sanitárias ficaram inadequadas para uma
unidade de saúde de atendimento de emergências. 

Na semana passada, os médicos da unidade realizaram assembleia e decidiram atender somente a casos de emergência. A medida tem por objetivo pressionar a Fundação Santa Casa de Formiga, gestora da unidade, a pagar os salários atrasados.

Na assembleia, os médicos também exigiram a rescisão do contrato de gestão da UPA firmado em 2012 entre o município e a Santa Casa.

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