Médicos avaliam nova paralisação na UPA de Divinópolis

Rafael Camargos

Com o salário de agosto depositado no dia 22 deste mês, os médicos da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) em Divinópolis já estão aguardando o de setembro, previsto para ser depositado hoje, 30. Caso o dinheiro não esteja na conta, uma nova paralisação deve ocorrer.

Caso seja concretizada, esta será a segunda vez neste mês que os médicos suspendem parte dos atendimentos. A unidade de saúde atendeu no último dia 14, os casos considerados como de "urgência e emergência" - que são aqueles nos quais os pacientes correm risco de morrer. Os demais são direcionados aos postos de saúde.

O corpo clínico tomou a decisão após três meses sem receber salários. Os médicos chegaram a enviar um documento ao secretário de Saúde, Rogério Barbieri informando sobre a situação.

 Assembleia de Minas

Para discutir o tema, a Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) realizou ontem pela manhã, uma audiência pública. Em debate a crise  pela qual passa a unidade.

 A audiência foi realizada por requerimento do deputado Fabiano Tolentino (PPS). Segundo a prefeitura de Divinópolis, o Governo do Minas atrasa desde 2016 repasses de recursos financeiros. 

 — Vamos reivindicar que o governo do Estado faça o pagamento à Prefeitura de Divinópolis para a manutenção da UPA. De acordo com a Prefeitura, já são 12 parcelas mensais em atraso, cada uma delas de R$ 125 mil — afirmou Tolentino ao solicitar a reunião. 

Dívida

De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), o Estado repassou ao Município um valor de R$ 2.645.000,00 - fonte estadual referente ao Programa UPA. O dinheiro é referente aos anos de 2015, 2016 e 2017. O último depósito realizado foi no valor de R$ 125 mil (relativo à competência de outubro de 2016), paga em junho de 2017, segundo a secretaria. Encera afirmando que o pagamento referente ao período entre novembro de 2016 e setembro de 2017 aguarda disponibilidade financeira para ser efetuado, totalizando assim 11 parcelas em atraso.

 Ainda sobre os pagamentos pendentes, disse que o Estado enfrenta um crescente déficit financeiro decorrente do aumento de despesas pela insuficiência de receita, refletindo em todos os seus órgãos.

Prefeitura

A Prefeitura informou que recebeu a notificação do Governo Federal dizendo que o dinheiro foi empenhado. Disse que mesmo pode cair a qualquer momento na conta sendo o usado para o pagamento dos médicos.

 

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