Mascarados

João Carlos Ramos 

Zorro (em espanhol "raposa") é um personagem de ficção, criado no ano de 1919, pelo escritor pulp norte-americano Johnston McCulley. Ele era retratado como um vigilante mascarado que defendia os plebeus e os povos indígenas na Califórnia  contra funcionários corruptos, tiranos e outros vilões.

Douglas Fairbanks estrelou o personagem no mundo cinematográfico, imortalizando-o em todas as gerações posteriores. Usava uma máscara que cobria seus olhos e uma roupa característica, aparecendo somente para fazer justiça. No carnaval, os famosos Pierrô, Arlequim e Colombina inspiram a noite dos mascarados...

Em pleno ano de 2020, podemos contemplar o mundo inteiro usando máscaras devido à precaução contra o coronavírus. O que podemos extrair dessa assombrosa pandemia que para alguns não passa de uma malandragem internacional, promovida pela China, é  a duplicidade de intenções.

A exemplo: a seriedade dos médicos e farmacêuticos vocacionados, as numerosas pessoas de bem e profissionais da imprensa, que se esforçam ao máximo para auxiliar o povo, evitando danos maiores que o previsto. Por outro lado, podemos ver um verdadeiro carnaval, no qual os mascarados da alma aproveitam a oportunidade para lucrar de maneira fácil, com justificativas convincentes. Segue a epidemia uma procissão funesta de consequências desastrosas, como o desemprego em massa, trazendo consigo mazelas nunca dantes conhecidas, juntamente com as de outrora.

Os verdadeiros justiceiros se ocultando na "máscara do eu" chegam na hora certa, unicamente para ajudar, e desaparecem dando méritos à coletividade do bem.

Outro há que, como supracitado, são meros aproveitadores. Uma mensagem do céu marca o povo de modo geral: todos estão mascarados!

Falaram demais e devem cobrir os lábios e também as narinas por onde entra o ar que é vida. "Silêncio e morte" é a mensagem do céu!

Oxalá todos vejam essa mensagem, pois os olhos estão descobertos e por enquanto podemos constatar que a natureza começa a agradecer pela pandemia.

Os capins estão mais verdes e as flores desabrocham em paz, pois os homens estão em casa e não podem perturbá-las. As praias comungam com as espécies marinhas, enquanto as gaivotas voam felizes como nunca. As matas começam a ganhar mais vida e os animais selvagens, consequentemente, fartura, longe do maior predador que é o ser humano. O paraíso está mais perto, em minha visão de poeta.

[email protected]

Comentários