Mas e aí?

Mas e aí?

Na última semana, autoridades locais se reuniram com representantes da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) para discutir a situação do Hospital Público Regional (HPR) Divino Espírito Santo. No encontro, foi apresentado um cronograma contendo todas as etapas do processo, até o possível funcionamento do HPR, mas o que chamou a atenção foi um detalhe: não há data. Dividido em etapas A, B, C, D e E , o cronograma especifica cada fase da possível finalização e abertura do hospital, mas em nenhuma delas há um prazo que seja iniciado e finalizado. Ao que tudo indica, mais uma vez, é apenas “fogo de palha”. Sem prazo, sem datas para que o cronograma seja executado, a sensação que se tem é que estão mais uma vez usando a situação para palanque eleitoral, afinal, ano que vem tem eleições e a “mexida” já começou. 

Em março deste ano, no auge da pandemia de covid-19, quando os casos explodiram em Minas Gerais e foi decretada a onda roxa, cogitou-se utilizar parte da estrutura do hospital, que está 80% finalizado – mas precisa de reforma devido à deterioração causada pelo tempo –, como Hospital de Campanha para atender a demanda. E tudo, mais uma vez, não passou de “fogo de palha”. A grande questão que envolve tudo isso é que, com um cronograma sem data para início sequer das obras de finalização, se nem no auge da pandemia tiveram interesse em dar andamento em parte da obra, agora terão? 

A sensação que se tem é que tudo não passa de um grande circo e que a obra está fadada a continuar parada por mais uns bons e longos anos. Com cronograma, mas sem data, de que vale tudo isso? Alinhamento de cá, alinhamento de lá, mas obra retomada que é bom, nada! Para quem não se lembra, a construção está abandonada desde abril de 2016, quando o Governo do Estado enviou o último repasse para a obra. De lá para cá, já são quase cinco anos e meio que o Hospital Público não passa de um elefante branco, não passa de um ralo de dinheiro público. Afinal, ali são milhões de reais investidos e que, sem utilidade alguma da construção, foram literalmente para o ralo e na cara do contribuinte. 

Diante da reunião realizada na última sexta-feira e do cronograma divulgado, seguimos sem grandes esperanças de que a novela Hospital Público Regional Divino Espírito Santo terá um fim. Assim como a “Etapa C” do programa está “aguardando a operacionalização do terreno para publicação do Edital...”, a população aguarda de cá que tenha um desenrolar o mais breve possível, e que esse desfecho seja responsável e respeitoso com aqueles que bancam não só os salários dos representantes do povo, mas também essas obras astronômicas que não saem do papel e servem apenas para palanque político. Seguimos à espera de um fim para essa novela que assombra Divinópolis há anos. 

Afinal, de promessas não cumpridas e “olhar para o futuro” a cidade está “até na tampa”. O que o povo quer mesmo é respeito com o dinheiro público, e tranquilidade na hora que precisar de atendimento médico. Como dizem por aí, de que vale um cronograma sem datas?

 

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