Batendo Bola

José Carlos de Oliveira

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É, a justiça e os dirigentes de futebol carioca não se emendam nunca mesmo. Não bastasse ‘assassinarem’ dez jovens que jogavam na base do tal de ‘Flamengo’ dias atrás, com sua incompetência e falta de amor ao próximo, por muito pouco não provocavam tragédia ainda maior na final da Taça Guanabara, entre Vasco da Gama e Fluminense, que foi disputada no fim de semana.

Dirigente maluco

Dizendo defender os interesses de seu clube, o presidente do Fluminense deitou falação antes do jogo, e só não foi parar atrás das grades porque a justiça no Rio de Janeiro se fez de cega e muda, daquelas que só enxergam o próprio umbigo. Não fosse assim, o tal de Pedro Abad estaria preso.

Ao convocar sua torcida para a guerra pelos microfones da imprensa, o dirigente atentou contra a ordem pública e deveria ser imediatamente algemado.

Isto é o que deveria ter acontecido, mas...

Pisou na bola

...Não foi isso que ocorreu. Uma desembargadora, do alto de sua posição, resolveu dar razão ao ‘maluco’ e proibiu a entrada de torcedores no Maracanã. Isto, quando mais de 30 mil vascaínos já haviam comprado seus ingressos.

Daí para frente foi uma sucessão de erros ‘judiciais’ que não se admite em uma justiça, que seja séria e ‘realmente cega’, que enxergue apenas o interesse comum, da população, e não de um indivíduo em particular.

A sucessão de ordens para abrir e fechar os portões do estádio só não causou um estrago maior – uma tragédia superior à do Ninho do Urubu – porque os deuses da bola entraram em ação e evitaram que mais pessoas inocentes fossem vítimas da inconsequência de alguns.

Punição

Agora que a poeira baixou e o Vasco ficou com a taça de campeão, que autoridades de bem entrem em ação e punam com rigor todos os envolvidos, a começar do dirigente tricolor e terminando com a tal de desembargadora ‘irresponsável’, que deu a série de ordens ‘malucas’.

 O lado bom do futebol

Mas nem tudo no futebol é para chorar e morrer de raiva. Ainda encontram-se muitas pessoas do bem no meio, que procuram contribuir com um pouco que seja para construir um mundo melhor.

Exemplo

E foi das Minas Gerais que veio um exemplo a ser seguido por todos. O atacante do Cruzeiro, Fred, não se fez de ‘cego’ quando chamado a fazer o bem, e deu aos colegas de profissão e à imprensa em geral um exemplo de como devem ser tratados os torcedores.

Foto: Reprodução/globoesporte

Garoto gravou vídeo pedindo uma camisa do Cruzeiro ao atacante celeste

O fato

O menino Alan, de 12 anos, morador de Brasília, está internado em um hospital em São Paulo para tratar, pela segunda vez, de uma leucemia. Apaixonado pelo time celeste das Minas Gerais, o pequeno já havia passado por uma experiência anterior, com um transplante, mas a doença voltou com mais força ainda.

O pequeno Alan sempre teve um herói. E este atende pelo nome de Fred, atacante do Cruzeiro. Comunicado pelo médico que cuida do garoto em São Paulo – um mineiro, que é cunhado de Marcelo Oliveira, técnico bicampeão brasileiro com a Raposa – da paixão do menino pelo time celeste, Fred gravou um vídeo e deu novo ânimo ao pequeno Alan.

— Fala, Alan! Vi aqui o vídeo que você mandou. Sei que você é cruzeirense e estou gravando um vídeo para falar que vou assinar, aqui agora, sua camisa do Cruzeirão e estou mandando para você, está bom? Estou orando pela sua vida e continue firme e forte que eu estou te esperando aqui em BH para gente ir a um jogo nosso do Cruzeiro e também lá na Toca, para jogarmos uma bolinha juntos, para gente se conhecer pessoalmente, beleza? Um abraço e fica com Deus meu irmão — encorajou.

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