Mais da metade dos leitos de UTI da rede pública estão ocupados

Matheus Augusto

O comércio está prestes a completar sua primeira semana em funcionamento. A Prefeitura espera que, com as recomendações sanitárias e as fiscalizações, o cenário de enfrentamento ao novo coronavírus (covid-19) se mantenha estável e com disponibilidade de leitos. Apesar dos relatos de notificação e orientação contra algumas empresas, a assessoria de comunicação do Executivo informou que deve ter um boletim completo dos resultados das ações de vistoria na próxima semana. 

Dados

Divinópolis tinha, até ontem, 1.450 casos notificados de coronavírus. Desses, 117 foram descartados e 88 confirmados, ou seja, 1.245 ainda não foram testados ou ainda não tiveram resultado.

O número que apresenta maior preocupação para as autoridades de saúde é o de ocupação dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Em Divinópolis, são 12 pessoas internadas nesses leitos; outras 19 estão no setor de enfermaria.

O relatório da Secretaria Municipal de Saúde aponta a existência de 56 leitos de UTI do Sistema Único de Saúde (SUS) na cidade, sendo 33 (58,9%) ocupados. Na rede hospitalar privada, de 78, 32 (41%) estão em uso.

No índice de casos confirmados para cada grupo de 100 mil habitantes, Divinópolis lidera com 36,94, quando comparado com a região (39,34), Minas Gerais (8,29) e Brasil (34,67). 

Mais testes

Um dos principais problemas enfrentados no país para definir com precisão o cenário do novo coronavírus é a falta de exames, como apontam as autoridades de Saúde. A Prefeitura anunciou nesta terça-feira, 28, o recebimento de mais testes por meio do governo federal.

— O Ministério da Saúde destinou ao Município 620 testes sorológicos para garantir maior agilidade na identificação de casos e auxiliar no monitoramento do vírus — informou.

Mesmo com a disponibilidade do material, o Executivo esclarece que há critérios definidos para a coleta das amostras.

— A Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) informa que os testes rápidos serão para diagnosticar profissionais da saúde que apresentarem sintomas. A prioridade para trabalhadores que estão na linha de frente de enfrentamento ao coronavírus é explicada pelo número reduzido de testes — ressalta.

Para o secretário de Saúde,  Amarildo Sousa, a prioridade significa garantir que os profissionais tenham condições de continuar o atendimento. 

— Essas pessoas lidam diretamente com diversos casos suspeitos, todos os dias. Nosso objetivo é cuidar dessa força de trabalho para que possam seguir firmes, salvando vidas — explica.

Conforme explicou a Prefeitura, é preciso que a pessoa apresente sintomas para ser testada. 

— Os testes rápidos são feitos apenas após o sétimo dia (período em que o teste tem uma sensibilidade maior) do início dos sintomas de síndrome gripal, como tosse, congestão nasal, dificuldade para respirar, febre e dor de garganta. Ainda assim, depois de 14 dias após o contato com pessoa positiva para a doença — pontua. 

A intenção é garantir o diagnóstico ágil para que a pessoa seja mantida em isolamento e evite a proliferação do vírus.

— O resultado sai em até 20 minutos e é um procedimento qualitativo para realização de triagem e diagnóstico. Caso o indivíduo teste positivo, deverá ficar em isolamento individual por até 14 dias — orientou o órgão.

Equipamentos

Outra medida adotada pelo Município para melhorar os atendimentos no combate ao coronavírus é a compra de 100 termômetros digitais para a medição da temperatura corporal nas unidade de saúde e prédios públicos da cidade.

Como afirmou o secretário, a tecnologia evita um dos principais meios de contaminação pelo coronavírus: o contato físico. 

— Diante da pandemia, existe a necessidade de resoluções rápidas e eficientes de enfrentamento da doença. Por isso optamos por esse equipamento. Além de preciso na aferição, ele oferece mais segurança, já que não existe o contato físico do profissional com a pessoa que está sendo examinada — destacou.

Além de garantir a segurança dos profissionais de saúde, a Prefeitura espera economizar gastos. 

— Em um momento de poucos recursos financeiros, economizaremos, deixando de comprar luvas e material para a esterilização, em relação os termômetros tradicionais — frisou Amarildo. 

O Executivo explicou que os termômetros foram adquiridos com recursos do governo federal para pagamento relacionados à covid-19, através de licitação pública.

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