Mais 23 famílias são retiradas de suas casas em Itatiaiuçu

 

Da Redação

Parece que o pesadelo que Minas Gerais vive desde 2015 com o risco de rompimentos de barragens está longe do fim. Após Mariana e Brumadinho, agora a Itatiaiuçu vive com o medo e a desconfiança em relação a uma barragem. Ontem foi informado que mais 23 famílias terão de deixar suas casas na cidade. A decisão foi tomada após um novo estudo apontar que um eventual rompimento da barragem da mina Serra Azul, da ArcelorMittal, atingiria esses imóveis. Outras cerca de 60 saíram em fevereiro.

Na terça-feira, 2, foi realizada uma reunião entre a empresa, o Ministério Público (MP), a Defesa Civil e a Secretaria de Saúde.

O coordenador adjunto da Defesa Civil de Minas, tenente-coronel Flávio Godinho, revelou que as famílias serão retiradas da área de risco nos próximos dias.

— De forma preventiva, sem risco, sem trazer um incomodo maior do que já está acontecendo para essas famílias, de forma pontual, nesses próximos cinco dias essas pessoas se preparam para sair de suas casas — explicou.

TAP

No dia 21 de fevereiro, o Ministério Público Federal (MPF) em Divinópolis e o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) em Itaúna firmaram, com concordância dos atingidos, um Termo de Acordo Preliminar (TAP) com a ArcelorMittal Brasil, para o início da reparação dos impactos causados pelo acionamento do Plano de Ação de Emergência de Barragem de Mineração (PAEBM) no complexo minerário Serra Azul, em Itatiaiuçu.

Na madrugada do dia 8 de fevereiro, parte dos moradores do bairro Pinheiros  e do povoado de Vieiras, no município de Itatiaiuçu, residentes a pouco mais de um quilômetro da barragem, foram retirados de suas casas e levados para um hotel devido ao risco de colapso na estrutura. A mineradora acionou o PAEBM após a Agência Nacional de Mineração ter declarado situação de emergência nível dois para a barragem, o que obrigou à remoção preventiva das pessoas que estavam na chamada Zona de Autossalvamento (ZAS).

O MPF e o MPMG deram início ao acompanhamento do caso, reunindo-se com representantes da mineradora e das famílias desalojadas, para discutir a situação da barragem, bem como para verificar em que condições as famílias se encontravam, visando a estabelecer medidas emergenciais capazes de conduzir a uma posterior reparação integral e efetiva pelo menos das condições de vida que essas pessoas possuíam antes do evento.

No TAP a ArcelorMittal assumiu uma série de compromissos, a começar do pagamento de uma quantia mensal emergencial para cada unidade familiar desalojada. Serão beneficiadas todas as pessoas que detêm a posse ou propriedade do imóvel, incluindo aquelas que comprovadamente prestavam serviços domésticos em imóvel de outra pessoa na Zona de Autossalvamento. Também é devido o pagamento mensal emergencial para aquele que, embora não residisse em imóvel localizado na ZAS, passou a ter o seu uso, fruição ou principal fonte de renda inviabilizados.

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