Macrorregiões Centro e Norte voltarão a ondas mais rígidas do plano Minas Consciente após aumento de casos

Todas as localidades serão monitoradas nos próximos dias para garantir saúde da população

Da Agência Minas

As macrorregiões de Saúde Centro e Norte retornarão às ondas verde e branca, respectivamente, do plano Minas Consciente, conforme decisão anunciada pelo Comitê Extraordinário Covid-19, nesta quarta-feira, 17. A medida pretende preservar a saúde da população, já que as duas regiões apresentaram aumento expressivo no número de casos da doença, colocando em risco a capacidade assistencial da rede hospitalar.
 


Com o retrocesso, os 101 municípios da macrorregião Centro, que engloba a Região Metropolitana de Belo Horizonte, estão orientados a manter abertos somente os serviços essenciais, como padarias, farmácias e supermercados. Já as 86 cidades do Norte estão orientadas a fecharem temporariamente estabelecimentos como papelarias, salões de beleza e lojas de roupas. Podem continuar funcionando os serviços essenciais e as atividades autorizadas na onda branca, a exemplo das autoescolas, lojas de artigos esportivos e floriculturas.

As outras 12 macrorregiões de Saúde seguem nas ondas estipuladas na última semana, mas são monitoradas diariamente, com possibilidade de retrocesso a qualquer momento, caso o quadro se agrave.

O governador Romeu Zema fez um alerta sobre o avanço da doença em Minas e pediu que a população mantenha o máximo possível de isolamento e não descuide das medidas de proteção individual nas próximas semanas.

— Pedimos para que o mineiro, que se comportou tão bem até agora, não relaxe com relação às medidas preventivas. Quem puder ficar isolado, fique. O grupo de risco não deve sair de casa. Minas Gerais já rompeu a barreira dos 500 óbitos, uma marca triste, e sabemos que esse número, independentemente das nossas ações, continuará subindo até o momento de pico que, conforme a previsão dos especialistas, deve ser no mês de julho. Por isso, peço que todos redobrem os cuidados nas próximas 4 ou 5 semanas, porque elas serão decisivas. Se passarmos bem por esse período, com certeza teremos um horizonte mais seguro a partir daí — afirmou.

 



Prevenção

Além do isolamento, Zema reafirmou a importância de praticar o distanciamento social, o uso da máscara e as medidas de higienização. Ele também destacou que a gestão estadual vem se esforçando para ampliar a capacidade de atendimento.

— Nesta semana, fizemos a entrega de mais 79 leitos de UTIs, o que vem a fortalecer ainda mais o sistema de Saúde do Estado, e estamos criando mais 23 leitos de UTI no Hospital Julia Kubitschek, em Belo Horizonte. Além disso, entregamos 500 novos respiradores. A Secretaria de Saúde está sendo extremamente criteriosa na distribuição desses equipamentos e eles irão para aquelas regiões que apresentam um cenário mais crítico, levando em conta o número de pessoas que precisam ou precisarão de tratamento intensivo, de acordo com a indicação da curva, e a quantidade de leitos disponíveis — explicou.

Todas as mudanças definidas na reunião do Comitê Extraordinário Covid-19 passarão a valer a partir do próximo sábado (20/6), com a publicação no Diário Oficial do Estado.


Minas Consciente

O plano Minas Consciente foi criado pelo Governo de Minas para promover a retomada econômica gradual e coordenada nas cidades mineiras durante a pandemia do coronavírus, sugerindo medidas que preservem a saúde dos mineiros.

Até o dia 17 de junho, 145 prefeituras já tinham oficializado a adesão ao Minas Consciente (clique aqui para ver a relação das cidades). O plano setoriza as atividades econômicas em quatro “ondas” (onda verde – serviços essenciais; onda branca – primeira fase; onda amarela – segunda fase; onda vermelha – terceira fase), a serem liberadas para funcionamento de forma progressiva, conforme indicadores de capacidade assistencial e de propagação da doença.

As mudanças de ondas são avaliadas semanalmente pelo Comitê Extraordinário Covid-19. Além do governador e de todo o secretariado do Executivo mineiro, o grupo, criado especialmente para monitorar o avanço da epidemia no estado, conta com representantes do Ministério Público do Trabalho, do Ministério Público de Minas Gerais, da Defensoria Pública e do Tribunal de Contas do Estado.
 


O plano tem objetivo de orientar as prefeituras. Ficará a critério de cada prefeito aderir e seguir os protocolos em seu município. Os empresários que desejam reativar seus estabelecimentos devem consultar se a prefeitura local aderiu ao plano e seguir as orientações da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG).


Onda amarela
 


A macrorregião de Saúde Leste do Sul apresentou resultados favoráveis após a adoção das medidas mais flexíveis, permitindo, assim, a manutenção do funcionamento seguro de espaços como lojas de variedades, lojas de departamentos ou magazines (exceto Duty Free), tabacarias, livrarias, papelarias e lojas de vestuário. A manutenção é possível graças às taxas controladas da doença nas regiões e o índice seguro de ocupação de leitos de UTI. Contudo, vale lembrar que os números são acompanhados diariamente e as recomendações podem ser alteradas a qualquer momento, caso sejam identificados fatores que coloquem em risco a saúde da população.

As empresas localizadas nas macrorregiões que estão na onda amarela deverão seguir protocolos de segurança para a reativação. Alguns deles são: demarcar com sinalização no lado externo do estabelecimento a distância de 2 metros entre as pessoas que ficarem nas filas; só permitir a entrada de clientes se estiverem utilizando máscaras; dar atendimento preferencial e especial a idosos, hipertensos, diabéticos e gestantes, garantindo um fluxo ágil de maneira que essas pessoas permaneçam o mínimo de tempo possível no interior do estabelecimento; e limitar o número de funcionários ao estritamente necessário para o funcionamento do serviço. Todos os protocolos estão disponíveis no site www.mg.gov.br/minasconsciente/empresarios.


Onda branca
 


Após voltar para a onda branca, a macrorregião Norte se junta às macrorregiões de Saúde Sul e Centro-Sul, que deverão manter as medidas já adotadas nas últimas semanas.

Vale lembrar que, para a reabertura segura, os comerciantes devem seguir os protocolos do plano Minas Consciente. Algumas das orientações são que os estabelecimentos tenham meios para higienização das mãos com água e sabão ou álcool em gel 70%. Eles também devem fornecer Equipamentos de Proteção Individual adequados para a atividade exercida e providenciar barreira de proteção física quando os funcionários estiverem em contato com o cliente.


Onda verde
 


 

Além da região Centro, que voltou à onda verde após o aumento no número de casos, as regiões NoroesteNordesteJequitinhonhaLesteVale do AçoSudesteOesteTriângulo do Sul e Triângulo do Norte ainda não apresentam índices favoráveis para a retomada de novos setores econômicos, já que a relação entre o número de leitos e a incidência de novos casos, além do tempo médio para internação após solicitação, não permitem uma folga confiável se o número de casos crescer em decorrência da reabertura de novos estabelecimentos.

Por isso, a orientação é que os municípios dessas regiões continuem seguindo os protocolos previstos na onda verde, para preservar a saúde da população e a capacidade de atendimento do sistema de saúde local.
 


Entenda os protocolos previstos para cada onda:

O Minas Consciente setoriza as atividades econômicas em quatro “ondas”, a serem liberadas para funcionamento de forma progressiva, conforme indicadores de capacidade assistencial e de propagação da doença.

Vale ressaltar que alguns setores foram excluídos das ondas por necessitarem de uma ótica diferenciada de tratamento. São eles:

Setores que só poderão ser retomadas quando houver controle da pandemia: atividades que geram um risco extremamente alto para a população brasileira, com grande aglomeração de pessoas e grande possibilidade de contágio, tais como grandes eventos, museus, cinemas e demais atividades incentivadoras de grandes aglomerações, além de turismo em geral, clubes, academias, atividades de lazer e esportivas;

Instituições de ensino: estas atividades possuem uma ótica particular de funcionamento, que perpassam as ondas e que devem ser avaliadas pela Secretaria de Estado de Educação (SEE) em conjunto com as demais secretarias;

Administração pública, organismos internacionais e transporte público: regulados em atos próprios.

Comentários