Longe de acabar

 

Enfim as eleições acabaram e Jair Bolsonaro (PSL) foi eleito o presidente do Brasil. Nada de novo. As pesquisas já apontavam a vitória do capitão reformado. Apesar dos esforços de Fernando Haddad (PT), quase 58 milhões de brasileiros mostraram sua vontade nas urnas e escolheram o deputado federal. Agora a responsabilidade é dobrada, pois ao que tudo indica, as eleições estão longe do fim, esta polarização está muito longe de acabar. Antes dividido entre PT e PSDB, o país está dividido agora entre pró-Bolsonaro e contra Bolsonaro. O que não deveria ocorrer. Já que prevaleceu a vontade do povo, é preciso agora juntar forças para dar certo. Afinal, o bem do país está acima de qualquer desavença ou preferência política. Os cientistas políticos ainda buscam as respostas para tal divisão. Ainda não se sabe qual fator foi determinante para que a divisão PT e PSDB, fosse enterrada.

Apesar de ainda não se ter uma resposta concreta, dá para chutar em uma explicação. Com um olhar simples, sem muitas teorias. O povo simplesmente cansou – a modo grosso de ver – da velha política, daqueles que se revezaram no poder durante 20 anos abraçaram a ideia daquilo que seria o novo, o certo, o moral, o político que lutaria contra a política. Durante sua campanha Jair Bolsonaro e seus eleitores pregaram que eram contra a corrupção, mostraram toda sua revolta com a educação precária do Brasil, a saúde pública, a segurança, com os projetos sociais, com a violência. Além disso, afirmaram o tempo todo que desastre era culpa do PT que se manteve no poder durante 12 anos.

Foi com discurso de lutar pela “família tradicional brasileira” e armar a população que Bolsonaro ganhou seus eleitores. Nem mesmo suas frases polêmicas envolvendo gays, negros, índios, e mulheres abalaram sua campanha. E é a partir do próximo ano que as responsabilidades de Jair Bolsonaro dobram. O “mito” terá que provar para seus eleitores que é muito bom. Terá que diminuir o índice de violência no Brasil, combater a corrupção com pulso forte, melhorar o Sistema Único de Saúde (SUS), a economia, a educação, além de fortalecer as polícias. Afinal, a sua eleição mostra, que não só de promessas vive um candidato. Bolsonaro terá que honrar 57.797.847 eleitores.

Sua luta começará dia 1° de janeiro, e além de melhorar os índices do Brasil, Bolsonaro terá que fazer o restante dos eleitores do país “morder a língua”, sob o risco de ser mais um que prometeu mundo e fundos e não cumpriu. Quem antes era adversário, hoje é presidente, quer a oposição goste ou não. Agora é fazer valer toda aquela história de democracia. Pois, se o outro lado dizia lutar pela permanência da democracia, agora não resta outra saída se não aceitar e cobrar. Porque é agora é que o bicho vai pegar. A responsabilidade é gigante e quem era pedra, agora virou telhado.

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