Livre nomeação

 

Os cargos de livre nomeação incham as folhas de pagamento dos municípios, estados e da União Federal, comprometendo sobremaneira a arrecadação. Muitas vezes, o único requisito é ser parente, amigo, amiga ou, na pior das hipóteses, é fruto de troca de favores ou interesses escusos. Normalmente, respondem pelas maiores remunerações.

 Servidores de carreira 

Enquanto os de livre nomeação têm as melhores remunerações e, muitas vezes, sequer aparecem no local de trabalho, os servidores públicos de carreira acabam sendo subordinados aos de livre nomeação, o que os leva à desmotivação e, consequentemente, à prestação de serviço má qualidade. Com isso, após se reunir com o Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Divinópolis e Região Centro­-Oeste (Sintram) e ouvir os anseios dos servidores concursados, o vereador Renato Ferreira (PSDB) enviará à apreciação da Comissão de Cidadania e Justiça da Câmara Municipal projeto de lei visando à obrigatoriedade de 75% dos cargos de livre nomeação serem preenchidos por servidores de carreira.  E agora, prefeito Galileu Machado?

 Crevisa 

Em 2010, fui contratada para mover uma ação contra o Município de Divinópolis, vez que no dia 26 de junho de 2009, numa tarde de sexta-feira, por volta das 16h45, o Centro de Referência de Vigilância em Saúde Ambiental (Crevisa) recolheu um cão e o levou para as suas dependências. Tão logo tomou conhecimento do fato, o guardião (proprietário) do animal contatou o Crevisa, que se comprometeu a restituir o cão na segunda-feira, dia 29 de junho de 2009. Na segunda-feira pela manhã, o guardião (proprietário) do cão recebeu a notícia de que seu animal havia sido sacrificado tão logo chegara ao Crevisa. O guardião (proprietário) do cão pediu o corpo pra enterrar e foi informado que os corpos são cremados.

 Reunião 

À época dos fatos, foi realizada uma reunião com representantes da Sociedade Protetora dos Animais (Spad), da Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente, da Secretaria Municipal de Saúde e da Comissão de Saúde da Câmara Municipal de Divinópolis. Participaram ainda da reunião a então vereadora Heloísa Cerri (à época filiada ao PV) e a médica veterinária do Crevisa, Kelleyn Castro, que informou do sacrifício tão logo o animal chegou ao Crevisa.

Condenação

Embora tenha havido a reunião e a informação trazida pela médica veterinária tenha causado indignação a todos os presentes e, posteriormente, ter havido a condenação judicial do Município pelos danos morais suportados pelo guardião do animal, ao que parece nada mudou, pois, na data de ontem, o vereador Eduardo Print Júnior (Solidariedade), ao fazer uso da tribuna livre da Câmara Municipal de Divinópolis, denunciou o sacrifício de cães sem qualquer critério. Oito anos se passaram, a indignação e a revolta das autoridades públicas à época e ainda os prejuízos ao erário não foram suficientes para que os procedimentos do Crevisa sofressem alguma mudança? Vê-se que que, infelizmente, é possível que tudo continue como antes no quartel de Abrantes. Lamentável!

 UPA não é posto de saúde - I

 Não poderia deixar de mencionar uma conversa deveras interessante no grupo de WhatsApp “Manchetes e Notícias”, da cabeleireira Sirlene Ferreira da Silva. Uma pessoa pergunta à outra se a UPA está funcionando “belezinha”. Uma segunda pessoa responde: “Sim, mas não espalha porque diminuiu muito o fluxo de gente”. Pode parecer piada, mas não é. Assim como 25% das chamadas do Samu e do resgaste do Corpo de Bombeiros são trotes, colocando em risco vidas que realmente precisam de atendimento de emergência, a UPA também é mal utilizada pela população, o que acaba colocando em risco outras vidas.

 UPA não é posto de saúde - II 

Vejamos: segundo o prefeito Galileu, o fechamento de quatro Unidades Especiais de Atendimento (UEA’s) se deu devido ao baixo fluxo de pessoas. Embora tenha se comprometido a abrir mais núcleos de saúde, tem-se que a má utilização da UPA pode, sim, contribuir para o fechamento nos bairros. Muitos dos casos atendidos na UPA são de competência dos postos de saúde, mas entre se levantar cedo para pegar ficha e ser atendido no posto e perto de casa, melhor ir direto à UPA, embora distante. Com isso, esvazia-se os postos de saúde e sobrecarrega-se a Unidade de Pronto Atendimento. E a culpa não pode ser atribuída somente às autoridades.

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