Liderança, comunicação e formação técnica

Liderança, comunicação e formação técnica

 

O momento atual tem reforçado minha crença de que o sucesso, em qualquer atividade profissional, depende de diversos fatores. No exercício da advocacia, isso não é diferente. 

Depois de caminhar bastante e de conversar com um grande número de colegas, jovens e experientes, homens e mulheres, do interior e da capital, tenho constatado, cada dia mais, que a excelência na formação acadêmica não é, por si só, uma garantia de bom êxito profissional.

Além de tecnicamente preparado, o profissional, especialmente o da advocacia, deve desenvolver as habilidades de liderança e de comunicação para atingir o sucesso, cabendo frisar que essas habilidades podem ser aprendidas e desenvolvidas, seja por meio de treinamentos, seja por meio do autoconhecimento. As ferramentas são muitas e vale a pena conhecê-las, se o leitor quiser trilhar um caminho vitorioso na carreira e na vida.

A boa notícia é que ninguém nasce um líder, até porque liderar é servir. A liderança brota do exemplo e da vontade de fazer a diferença na vida dos outros, com empatia e com emprego do conhecimento acumulado para a solução dos desafios submetidos a cada profissional. Liderança exige trabalho duro, dedicação e respeito. 

Aliás, os maiores líderes que a humanidade conheceu se destacaram exatamente porque foram servidores e, por meio disso, alcançaram posições de destaque em diversos campos da existência humana. Exemplos não faltam e vão desde políticos e empresários até pessoas simples que se entregaram à vida religiosa. Como exemplos emblemáticos, citamos Jesus Cristo, Madre Tereza, Irmã Dulce dos Pobres, Gandhi, Nelson Mandela, Sobral Pinto, Martin Luther King, Papa Francisco, João Paulo II, Steve Jobs e tantas outras figuras extraordinárias.

Essas grandes personalidades, independentemente do respectivo campo de atuação, sempre estiveram a serviço da coletividade e a força deles decorre exatamente disso. Sem levantar nenhuma arma, Gandhi, um advogado, por meio do seu exemplo de coragem e de abnegação, conseguiu libertar a Índia do poderoso Império Britânico, tornando-a independente. A história dele é incrível!

Mas servir não é suficiente. É preciso que o profissional moderno seja um bom comunicador para que sua mensagem seja ouvida e compreendida. Tal necessidade é ainda mais sentida no exercício da advocacia, porquanto o advogado, além de se comunicar com o cliente, deve estar apto para se comunicar com os colegas, juízes, promotores, policiais, servidores forenses e da Administração Pública.

O mercado exige que o profissional seja um comunicador eficiente, capaz de transmitir uma mensagem clara, com objetivo determinado e preciso. Mas uma coisa é se comunicar, transmitindo uma mensagem útil, e outra é fazer barulho. Barulho é ruído, que nunca acrescenta, e só me distrai. Ruído é perda de tempo e configura verdadeiro defeito na comunicação.

A questão é séria e demanda reflexão, especialmente para os advogados, cuja missão é zelar pelos interesses do cliente, contribuindo para a construção de uma sociedade justa, exercendo a advocacia com a dignidade e a independência que a profissão tanto requer.

 

Manoel José Brandão Teixeira Júnior, advogado, ex-presidente da 48ª Subseção da OAB/MG, OAB Divinópolis.

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