Líder do governo na Câmara quer superar imagem da pior legislatura

Edsom Sousa pretende resgatar harmonia entre poderes e valores éticos

Matheus Augusto

Em menos de uma semana de governo, o prefeito de Divinópolis, Gleidson Azevedo (PSC), definiu o seu líder na Câmara: Edsom Sousa (CDN). O escolhido já exerceu a responsabilidade em outras duas oportunidades, com Demetrius Pereira e Galileu Machado ‒ no último mandato. Em entrevista ao Agora, Edsom falou sobre seus objetivos e fez um alerta: não vai deixar a oposição montar armadilhas para o novo chefe do Executivo. 

Novo capítulo

Convidado para ser o representante de Gleidson no Legislativo logo após a cerimônia de posse, em 1° de janeiro, Edsom disse que o prefeito viu nele qualidades para ocupar a função.

— Quando você é convidado para algo, é porque as pessoas veem você com destaque. (...) a pessoa tem um crédito em relação a você — comentou.

Agora, o vereador, em seu quinto mandato, disse que buscará liderar a harmonia, baseada em princípios morais, entre o Legislativo e Executivo, que, em sua opinião, deixou a desejar nos últimos quatro anos.

— Para mim, de todas as legislaturas que participei, a última foi a pior. (...) A legislatura passada não deixou saudades. Isso é fato — avalia.

A mudança deste cenário, pondera Edsom, passa pela necessidade de cada política entender seu papel.

— A relação entre Executivo e Legislativo tem que ser baseada em dois pilares: moralidade e respeitabilidade. Quando tem isso, a coisa flui. Não fomos eleitos para ser prefeito ou vice, mas para sermos vereadores — afirma.

— Eu, como líder, quero buscar o equilíbrio, a liberdade que todo vereador tem — promete. Sobre experiências passadas, ele disse ter feito uma excelente condução da parceria entre os poderes durante a gestão de Demétrius, pois lhe foi oferecida estrutura para trabalhar. Porém, com Galileu, teve uma experiência desagradável.

— Eu não queria ser o líder do Galileu — explicou, citando ter sido indicado para a responsabilidade apenas quatro meses após a posse, em 2017.

Após discussões com a cúpula do MDB, seu ex-partido, ele aceitou o convite, mas não se entendeu com o prefeito.

— Eu alertava o prefeito para as coisas. Se eu falasse que era triângulo, ele falava que era quadrado. (...) Não estávamos enxergando a mesma coisa — relembrou o vereador.

Após o projeto para aumentar o salário de uma servidora aportar na Câmara e Edsom se recusar a votar favorável por “questões éticas e morais”, a relação com Galileu teve fim. 

— Aquele não era mais um governo que eu sonhava defender — justificou.

Agora, ele espera recuperar os bons tempos de Demetrius e caminhar junto com Gleidson para melhorar a cidade. 

Apoio

Antes de ser escolhido para ser líder do governo na Câmara, Edsom era 2º secretário na chapa liderada por Ademir Silva (MDB) nas disputa pela Mesa Diretora, derrotada por 11 votos a cinco ‒ houve uma abstenção. Apesar de não ter recebido mais da metade dos votos, o parlamentar não espera que o fato atrapalhe o apoio de outros vereadores às propostas do Executivo.

— A eleição acabou, o Print é o nosso presidente. Não tem vencidos nem vencedores. É uma página que virou. Temos que aprender a virar a página da história, fechar o livro e colocar na estante — destacou.

Blindar

Para o líder do governo, o momento é de unir forças em prol de Divinópolis

— Temos que aprender a terminar as eleições. Se aquela estrutura partidária acha que estamos em barcos diferentes, não estamos — alerta.

Ele ainda aproveitou a oportunidade para elogiar as ações de Gleidson na primeira semana de trabalho.

— Nunca na minha vida pública eu vi um prefeito acabar com cem cargos nos primeiros dias de governo. Eu tenho certeza que será um ano muito promissor para Divinópolis. (...) O prefeito Gleidson começou muito bem, com uma dose de humildade que eu nunca vi — destaca.

Diante da atitude, ele vê que os parlamentares também precisam acompanhar os bons exemplos do Executivo.

— O prefeito está fazendo o dever de casa, e a Câmara precisa fazer o seu — comenta.

Por fim, Edsom Sousa cita: “o governo não será pego em manobras políticas”.

— Eu vou abrir e fechar a Câmara — finaliza.

Experiência 

Perguntado sobre sua escolha para a liderança de governo, Gleidson resumiu em apenas uma palavra: experiência.

 

 

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