Lentas e agonizantes

 

Essas duas palavras resumem bem o duplo homicídio registrado no dia 29 do mês passado contra uma menor de 17 anos e uma jovem de 21. A forma pela qual as duas foram assassinadas surpreendeu até mesmo a Polícia Civil (PC), acostumada a desvendar crimes das mais diversas formas.  Foram 23 golpes de facadas em uma e 19 em outra. E não para por aí. Não contentes, os acusados colocaram fogo nos corpos.

Ficção 

A explicação do delegado responsável pelas prisões, Wesley Amaral para história de ficção. Desde o convite para uma festa regada a bebida e drogas às agressões sofridas pelas vítimas na partes intimas, até os golpes que culminaram nas mortes e o fogo colocado nos corpos em locais estratégicos, como o rosto e, mais uma vez, nas partes íntimas, tudo leva a uma vingança macabra. Parece até roteiro de filme de Quentin Tarantino.

Choro 

A quantidade de pessoas envolvidas também assusta. E mais do que isso, dos oito que teriam participado do crime bárbaro, quatro são mulheres. Na hora da apresentação dos suspeitos, duas delas choravam copiosamente. Dada as circunstâncias, seria de arrependimento ou “lágrimas de crocodilo”. A segunda opção parece mais lógica porque se arrepender o chorar depois, não tem nenhum valor.  

Presos 

Os cinco presos pela PC foram para o presídio Floramar, onde devem ficar nos próximos dias. Dos dois que restam, um é menor, outro que estava foragido, se entregou, e terceiro ainda é investigado.  Porém, não deve demorar muito tempo para que, pelo menos dois, se junte ao bando na unidade. Isso, se as leis deixarem. Num país onde a impunidade reina, difícil fazer qualquer previsão.

Líder 

Para a tristeza da população que vive em medo constante, infelizmente, o Brasil é líder mundial em número de homicídios, segundo dados do Atlas da Violência, produzido conjuntamente pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) e pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). A média registrada por ano no país significa 10% do total de casos em todo o mundo. Uma lástima. Resultado assustador responsável pela prisão dos moradores dentro da sua própria residência.

Reflete  

A realidade do país reflete na maior parte dos municípios brasileiros. Divinópolis não fica de fora. Para se ter uma ideia, em 2018, já foram registrados 46 homicídios, número que supera o total de 2016, por exemplo, quando ocorreram 44. O ano passado contabilizou a maior quantidade da história da cidade: 61. Se não desacelerar, este ano segue em ritmo frenético para ganhar, ou pelo menos, empatar com 2017. Claro que a torcida, principalmente da população, é que ele perca de goleada.

Escapou 

Além dos três assassinatos, houve duas tentativas. Uma delas foi no fim da tarde desta segunda-feira, 17, quando um rapaz foi alvejado com três tiros, socorrido e levado à Sala Vermelha do Complexo de Saúde São João de Deus, está fora de perigo. O mesmo ocorreu com outra vítima ontem pela manhã. O rapaz de 21 anos que estava com outro, que morreu no local do crime, também sobreviveu. Mas é bom eles e outros não continuarem contanto com a sorte, uma vez ou outra, ela acaba “derrapando de banda”.

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