Laiz Soares e Lohanna França desmentem participação em denúncia ao MP

As duas foram alvo de ameaças nesta quinta; candidata à Prefeitura em 2020 afirma que não irá concorrer em 2024

Bruno Bueno

Se o cenário político em Divinópolis ficou quente nos bastidores com toda situação envolvendo a pandemia, pode-se dizer que a decisão judicial, vinda após solicitação do Estado, que fechou o comércio não essencial do Município, aqueceu ainda mais. Após a ordem de se cumprir a onda roxa de forma integral, muitas figuras políticas da cidade, incluindo o prefeito Gleidson Azevedo (PSC), atribuíram a decisão a possíveis denúncias que teriam sido feitas por outros personagens da área na cidade.

Apesar de nomes não terem sido citados pelo prefeito, o que se viu nas redes sociais durante esta quinta foi uma série de ataques direcionados à vereadora Lohanna França (CDN) e a candidata à Prefeitura no ano passado, Laiz Soares (Solidariedade). Uma foto das duas ao lado do presidente do Conselho Municipal de Saúde, Warlon Carlos Elias, que, comprovadamente, enviou ao Ministério Público (MP) uma denúncia de má condução da Prefeitura durante a pandemia, e o número de seus respectivos telefones circulou na internet. A montagem atribui o fechamento do comércio aos três, especialmente as figuras femininas.

— Se ficar desempregado, chame um deles. Esses são os verdadeiros responsáveis pelo novo fechamento do comércio. Denunciantes do Ministério Público — afirma o texto contido na figura.

Lohanna e Laiz desmentiram, ao longo do dia, as acusações que insinuam envolvimento em denúncias ao MP.

Lohanna França

A vereadora eleita com a maior quantidade de votos da história em Divinópolis — 5.462 — foi a primeira a se manifestar.

— Eu não tenho nada a ver com esta decisão de fechar a cidade. Não fui eu que provoquei o Poder Judiciário. O que eu fiz foi entrar no MP sobre a fila do cadastro de vacinação, porque isto realmente está ruim — disse.

Lohanna salienta que não teve nada a ver com a denúncia.

— Eu não tenho medo. Eu sou uma pessoa que assume as coisas que eu faço. Quando eu pedi pra fechar o comércio, eu mesmo postei aqui. Desta vez, eu não tenho nada a ver com essa história. A provocação que eu fiz ao MP foi sobre a vacinação, coisa totalmente diferente — afirma.

A vereadora ainda questiona os possíveis criadores da notícia que, segundo ela, é falsa.

— Eu fico me perguntando, a quem interessa passar essa imagem de quem fui eu? Tem que culpar alguém né? E aí escolhem a Lohanna, que não tem nada a ver com isso, que não assinou papel nenhum — explica.

A parlamentar também disse que considera injusto a culpa ser direcionada a ela.

— Eu estou trabalhando em cima disso, estou à disposição para o que vocês precisarem, só que esse negócio de ficar jogando tudo pra cima de mim é injusto. Eu não engulo essa tropa de gente covarde — disse.

Laiz Soares

Quem também se manifestou sobre os ataques foi Laiz Soares (Solidariedade). Ela que recebeu 21.514 votos na eleição passada, ressaltou que a denúncia partiu do Governo do Estado.

— Essa notícia, montagem, falando que a cidade está fechada por minha causa, porque eu não quero deixar o comerciante trabalhar, é mentira. O governo do Estado decretou que todos os municípios deveriam cumprir a onda roxa e agiu para cumprir a determinação — afirmou.

Emocionada, Laiz afirmou que, diferente do que afirmam outras figuras políticas da cidade, não irá se candidatar à Prefeitura na próxima eleição municipal, em 2024.

— Meu sonho de ser candidata à Prefeitura morreu no dia 15 de novembro, quando perdi as eleições. Não vou ser candidata em 2024. Eu não desisti porque tenho medo, mas porque Deus tocou no meu coração, vi que não era pra mim — disse.

A ex-candidata também afirma que irá tomar providências sobre o caso.

— Eu vou fazer um boletim de ocorrência, irei tomar as providências cabíveis para investigar. Isso é crime cibernético, espalhar fake news, colocar número de telefone dos outros assim. Me deixem em paz, parem de me perseguir — explicou.

Por fim, Laiz disse que não é contra o comércio.

— Essa narrativa criminosa, que coloca a culpa em mim, no comerciante, se esquiva de tudo. A culpa é do presidente e do governador que não criaram medidas para combater a pandemia. Eu não sou contra o comércio, sempre busquei medidas para ajudar esta área, mas ninguém nunca me ouviu — afirmou.

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