Laiz promete gestão focada no desenvolvimento econômico
Intenção é fortalecer áreas para geração de emprego e renda na cidade
Matheus Augusto
Para a presidente local do Solidariedade e candidata à Prefeitura Laiz Soares, os problemas de Divinópolis podem ser solucionados por meio de recursos disponíveis na própria cidade e com parcerias com o setor privado. E, para ela, a tarefa não deve ser fácil, dadas as inúmeras dificuldades a serem enfrentadas. Para isso, Laiz elaborou um plano de governo para identificar os obstáculos e quais soluções são viáveis.
— O nosso plano de governo foi uma inovação. Esse modelo de plano de negócios é um modelo que empresas, organizações, ONGs elaboram quando vão construir algo grande, desafiador. Se olha para as forças, fraquezas, oportunidades, ameaças em torno daquele projeto que, no nosso caso, é transformar Divinópolis — destacou.
A meta é, por meio das propostas, valorizar o potencial da cidade, criar um “cidade inteligente e eficiente”, com oportunidades de estudo e emprego para os moradores de todas os bairros.
— Nossa prioridade é correr atrás desse tempo perdido, desse atraso que Divinópolis está hoje em todas as áreas, mas principalmente na economia, no emprego e na renda. Estamos perdendo muitas empresas, vocês sabem bem disso, estamos perdendo oportunidades, ficando para trás. Não estamos aproveitando o potencial da nossa juventude. Somos uma cidade universitária que nem parece — defende.
Investimentos
Para o desenvolvimento econômico, Laiz propõe mapear “qual a demanda de quem oferece emprego”, ou seja, o perfil da mão de obra. O segundo passo é estudar os cursos técnicos oferecidos na cidade e “elevar o nível deles”.
— A gente vai elaborar novos cursos de tecnologia. Hoje, a área tem vagas ociosas no Brasil. E é um mercado que a pessoa pode trabalhar aqui atendendo uma empresa de São Paulo, de qualquer parte do Brasil, ganhando um megassalário, R$ 10 mil, R$ 15 mil, e consumindo esse dinheiro aqui — exemplifica.
Na administração, a ideia é otimizar as despesas e melhorar a arrecadação “sem aumentar imposto”. No cenário pós-pandemia, prevendo dificuldades financeiras, a candidata espera conseguir recursos por meio de parcerias, como linhas de financiamento e Parcerias Público-Privadas (PPPs). Para otimizar o processo e a articulação desses recursos, será montado um “núcleo de captação com profissionais especializados”.
— Cajuru é um exemplo e está fazendo isso na área de iluminação. (...) O campo é vasto, mas hoje, no Brasil, são poucas as prefeituras que têm capacidade de planejamento, elaboração de projeto e gestão para conseguir ir lá e captar esses recursos e executar — destaca.
Ensino
Questionada sobre suas metas para a educação, ela cita sua preocupação com o ensino infantil.
— O primeiro [desafio] é o acesso, porque a gente não consegue garantir vaga para muitas das nossas crianças. Eu escuto essa demanda de falta de creche em muitos lugares. A atual gestão fechou creches, sendo que a tendência é a gente ter que ampliar. Vamos ter que resgatar as fechadas e ainda criar novas — pontua.
Seu objetivo é desenvolver um voucher para garantir o acesso das crianças a esses espaços.
— Enquanto a gente não consegue ampliar, porque é complexo construir, é caro, precisa de liberação de recursos, vamos garantir vagas na rede privada para que essas crianças tenham o acesso. E, enquanto isso, vamos reelaborar nosso plano pedagógico, contratar novos professores, formá-los, para dar uma educação de alto nível para nossas crianças — ressaltou Laiz.
Segurança
Engajada na luta contra o machismo, a representante do Solidariedade também apresentou seus projetos para combater a violência e o assédios sofrido pelas mulheres.
— A nossa segurança para a mulher é frágil. As mulheres têm medo de sair à noite, de pegar um ônibus porque vai descer e o ponto está escuro, a iluminação é ruim. (...) hoje, a gente não tem uma casa de acolhimento para as mulheres que sofrem violência. Às vezes, a mulher é agredida pelo marido e não tem para onde ir. (...) Não se iludam: existe muita mais violência contra a mulher aqui do que vocês podem imaginar — relata.
Além de campanhas educacionais, com foco nas escolas, ela sugere campanhas de prevenção e criar uma casa de passagem, com curso técnico e atendimento psicológico, e também o lar de acolhimento.
— Muitas têm uma dependência financeira e emocional do parceiro, não conseguem se emancipar — justifica.
Saúde
Na área do atendimento clínico e médico, Laiz promete, caso seja eleita, aproveitar que Divinópolis conta com uma faculdade de medicina e, diante do “potencial enorme dos alunos”, firmar parcerias para ampliar a cobertura.
— [Precisamos] aproveitar ao máximo, com projeto de extensão da universidade, conseguir melhorar os atendimentos da saúde da família em casa, do papel social de ir e fazer a prevenção. Em paralelo, vamos articular politicamente, buscando recurso para construir novas unidades básicas, mas precisamos fazer toda a cadeia: (...) hoje, a dificuldade de acessar um especialista, de mulheres para conseguir um ginecologista, um psicólogo, é enorme, tem uma falta gigantesca na rede. Algumas unidades estão sobrecarregadas — informou.
Meio ambiente
Para Laiz, também é preciso ouvir a população do entorno do rio Itapecerica para criar estratégias contra a poluição.
— Não dá para ignorar que o nosso rio está morrendo, está poluído. Hoje, ninguém está fazendo nada em relação a isso. A gente tem que trabalhar junto com as comunidade rurais, agricultura familiar, os ribeirinhos, para fazermos a conscientização, mas também ter algum nível de punição contra quem faz algo errado — citou.
Cultura salva vidas
“A cultura é emancipadora.” Assim Laiz define o setor. Para ela, o tema é responsável por “saúde mental, lazer e tirar às vezes o jovem das drogas”. A pasta, então, será uma das prioridades de sua gestão.
— Eu vejo um papel muito central, não só de emancipação, de educação, mas também de economia criativa — argumenta.
Apesar de observar no município uma “produção cultural valiosa”, como maior exemplo a poeta divinopolitana Adélia Prado, ela sente falta da valorização de tais obras.
— O que a gente está fazendo com isso? Não tem política pública para fortalecer. A gente pode virar um polo turístico cultural regional. (...) Nem a gente mesmo está consumindo, os artistas estão abandonados — finaliza.