Lacan

Lacan

João Carlos Ramos

Jacques Marie Émile Lacan (Paris/França 13/04/1901 - Paris/França 09/09/1981) foi um renomado médico psicanalista francês. Defendeu a tese da psicose paranoica em suas relações com a personalidade. Ele integra a sociedade psicanalítica de Paris em 1934, tornando-se membro titular em 1938.

Como todo gênio, vivia inquieto, querendo contribuir ainda mais com a sociedade científica. Foi nesse ínterim que se destacou como aperfeiçoador da psicanálise, cujo pai era o famosíssimo Sigmund Freud. Sabemos que a tendência, em todos os campos, infelizmente, é que as pessoas se distanciem de seus líderes. E, em relação a Freud, não foi diferente. 

Na visão de Lacan, era mister apregoar o retorno a Freud. Assim sendo, iniciou os famosos "Seminários Lacanianos", obtendo êxito memorável. O inconsciente está na linguagem, pois a linguagem permeia toda a existência humana. A psicanálise ganhou, com Lacan, o olhar da linguística. Ele destacou que o desejo humano é o desejo de possuir o desejo do outro (sonho, ato falho: o estranho que eu nego). Sendo um homem à frente de seu tempo, criou citações, altamente instigantes e provocativas, como "A mulher não existe", “O eu é sempre território de batalha”, “O eu não é senhor em sua morada”. 

Vamos amarrar agora, nessa árvore de discernimento e bom senso, o sagrado animal de nosso saber! No mundo simbólico, somos apenas imagens de nosso interior, e a mulher, sendo a fertilidade corporal, aponta para o espírito fálico e desaparece, agraciando o todo, que é mister. A inteligência feminina é possuidora do único espaço que existe, pois nada há além e nem aquém dela que possa ter a matriz geradora, antecedendo o próprio falo. Devemos entender o que querem dizer para nós e não o que dizem, orientam os verdadeiramente sábios. Lacan acrescenta em seus textos que você é o que você escolhe. Para decifrar a linguagem, para alcançar o inconsciente. Onde localizá-lo é a essência do indivíduo. 

Por meio da palavra, o inconsciente toma forma. O id, ego e superego de Freud se aperfeiçoam... 1 - O simbólico é a realidade externa com os valores do que é certo e o que é errado, que nós recebemos de fora e temos que processar; 2 - O imaginário é como gostamos de definir as pessoas e situações que cercam nosso convívio e o que guarda nossa ideia de mãe ideal, de mulher bonita, por exemplo; 3 - O real é o impulso que dá vida aos nossos desejos, submetidos à censura do simbólico.

A psicanálise é um campo clínico e de investigação teórica da psique humana. A meu ver, Lacan "falou e disse" e, ainda, certamente teremos outros gênios que terão muito a dizer.

Sejamos iluminados!

 

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