Juras de campanha

Juras de campanha 

Entra ano e sai ano, a política no Brasil segue tosca, deselegante e extremamente egoísta. Essa coisa de “Eu represento é o povo”, “O bem da população que me interessa” e “Eu sou votado para fazer isso, aquilo e aquilo outro” é só conversa de campanha. Depois da vaga garantida, essas afirmações ficam no passado. Sentados confortavelmente nas poltronas, o olhar passa a ter um único destino fixo: seu próprio umbigo. Se assim não fosse, e as juras virassem realidade, não haveria tanta disputa de ego ‒ a harmonia com os poderes seria pelo menos cordial, e o povo menos prejudicado. Esse que, como diria o dr. Delano Santiago, dorme em berço esplêndido sem nenhuma preocupação, como se tudo estivesse perfeito. É exatamente por isso que nada muda, previsão que deve se confirmar no ano que vem, quando haverá eleição. Eu não duvido. Aliás, nem disso, nem de nada mais. 

Sem vergonha 

Se faltao queima na cara” dos políticos, no povo mais ainda. Afinal, de onde vêm os candidatos? De Marte é que não é. Então boa parte já entra cheia de defeitos e com segundas intenções e pior: praticam numa boa, sabe por quê? Simplesmente pelo fato de a população não seguir uma frase muito conhecida que está na nossa Constituição: “Todo político emana do povo”. Isso significa que são as pessoas que mandam. Elegem e pagam os salários. Podem tirar do cargo na hora que quiserem, mas é lindo mesmo só na lei. Na hora de colocar em prática, tremem na base, com medo de perder as “boquinhas” e outros benefícios de forma direta ou indireta. Então, fica a pergunta: quem precisa mudar, os políticos ou o povo?

Não faltam 

Aqui ou na capital do estado, na federal, os exemplos aparecem todos os dias. O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), é um que vive numa saia justa. Entrevistado pela Rádio Itatiaia ontem, criticou a postura de vereadores da capital mineira que planejam a derrubada de decretos do Executivo que tratam de protocolos sanitários da pandemia. Afirmou que “essa briga sem sentido, não atrapalha não é o prefeito, reflete é na população”. E ele tem toda razão, como aclarado na nota acima. Cassar decreto do prefeito para quê? Para desorganizar a cidade? Em Divinópolis, não tem sido diferente as ocorrências entre Legislativo e o Executivo, claro que envolvendo outras situações. Tudo isso para quê? Beneficiar a população? Vai esperando. Com qual objetivo? Pensando em 2022, não há dúvidas. Ficou claro sobre o egoísmo e egocentrismo? Ou, talvez, precise desenhar. 

Códigos-fonte

Por falar nelas, que estão logo ali, em 2022, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) realizou ontem, em sua sede, em Brasília, a cerimônia de abertura dos códigos-fonte dos sistemas eleitorais, conforme foram preparados para utilização nas eleições do ano que vem. Teve pronunciamentos e inspeções ao setor de tecnologia do TSE, sendo tratada pelo tribunal como o pontapé do Ciclo de Transparência Democrática - Eleições 2022. Os códigos-fonte são a transcrição dos softwares em linguagem digital, contendo todas as especificações sobre o funcionamento dos sistemas eleitorais, incluindo as urnas eletrônicas. O ato costumava ser realizado sempre seis meses antes de cada eleição, mas foi antecipado pelo TSE, por meio da alteração, aprovada em plenário na semana passada, com intuito de aperfeiçoamento das boas práticas e da necessidade de se ampliar a transparência do processo eleitoral. Tudo isso por quê? Para ver se ameniza esse lenga-lenga por parte de alguns que ‒ com medo de perder as eleições ‒ insistem que as urnas eletrônicas não são seguras. O pior nem é essa afirmação absurda. É a turma das “Maria vai com as outras” que toma isso como verdade. 

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