Janeiro teve uma morte por semana em Divinópolis

Rafael Camargos

Depois de um ano com recorde de homicídios, Divinópolis parece que caminha para ter um 2018, no mínimo, parecido com 2017. Em um mês, a Polícia Militar (PM) já registrou quatro mortes. As vítimas, como não é novidade, têm antecedentes criminais por tráfico de drogas, roubo, furto ou outra modalidade criminosa. No caso mais recente, na manhã de ontem, 31, o corpo de um jovem de 26 anos foi encontrado no bairro Santos Dumont.

João Francisco Gomes Branquinho era conhecido no meio policial e acumulava antecedentes por tráfico, receptação, porte ilegal de arma de fogo. Ele estava desaparecido desde domingo, 28.

As informações que a PM recebeu eram de que o corpo dele estava em um matagal atrás do aeroporto. Os militares ainda colheram relatos de moradores da região, que afirmaram que, no domingo, ouviram disparos de arma fogo.  Durante as buscas, foi encontrado um estojo de munição calibre .380. O corpo apresentava perfurações provenientes de arma de fogo.

O estojo foi apreendido e deve contribuir com as investigações, que já estão a cargo da Polícia Civil. De acordo com a PM, o jovem tinha ainda um mandado de prisão em aberto.

Recordes 

Em um mês, já foram contabilizadas quatro assassinatos em Divinópolis. Um por semana. Um a mais que o registrado em janeiro do ano passado.

Em 2017, o tráfico de drogas foi o principal responsável pelo aumento nos assassinatos e representou mais de 50% das mortes na cidade, mas na conta entram ainda assaltos e confrontos entre bandidos e PM’s e crimes de lesão corporal, entre outros. 

Todos esses fatos resultaram uma média de quase seis mortes por mês no ano passado. Se no município o crescimento foi de mais de 15%, segundo a PC, na região passou dos 17%. Foram 262 assassinatos – e Divinópolis representou 22,6% deste número. Se for considerada a taxa a cada 100 mil habitantes, a cidade teve um aumento de 25%. Na região, o crescimento foi de 22%.

Entre as cidades com mais de 10 mil habitantes, a maior taxa de homicídios foi registrada em Papagaios, com 70,86%, já que a cidade tem apenas 15.516 habitantes, segundo o censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em seguida, vem Pompéu, com 66,43%. Já Itapecerica e Arcos são as que apresentam a menor média da região, com 4,51% e 2,51%. Nesse ranking, Divinópolis aparece em 9º lugar.

A motivação dos assassinatos é variada, de acordo com a Polícia Civil. Em Divinópolis, por exemplo, o tráfico de drogas lidera com 58,6% dos crimes em 2017. Foram 37. Os latrocínios somam três; crimes passionais foram quatro; intervenção policial ou legítima defesa, dois; e outras motivações, 15.

 

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