Já era esperado

Preto no Branco 

Em anos eleitorais, o cenário muda como vento. Uma hora está em direção ao Norte, minutos depois ao Sul e assim vai até que não haja nenhuma brisa. Mesmíssima coisa das composições que brigam por cargos nas disputas eleitorais. Divinópolis não escapa desse troca-troca e mostra isso cada vez mais em todo processo eleitoral municipal. Como este PB adiantou na edição desta quarta-feira, 9, Jaime Martins (DEM) está mesmo fora da corrida à Prefeitura. Alegando razões pessoais, promete não sair do foco para ajudar a resolver problemas do município. Não chegou a ser novidade, visto que especulações sobre a desistência corriam por Divinópolis desde domingo. À coluna, disse que não estava certo, mas admitiu a possibilidade. Para não fugir do hábito de “quase matar muita gente de ansiedade”, deixou para confirmar aos 46 do segundo tempo.  

Passou a bola 

Ao desistir da disputa, o ex-deputado federal afirmou que vai apoiar candidatura a prefeito de Fabiano Tolentino (CDN). Até então, Tolentino era seu vice e a chapa seria consolidada amanhã, quando ocorrem as convenções dos dois partidos. Jaiminho disse que não medirá esforços para caminhar junto com Tolentino durante a campanha e também em um possível mandato, caso Tolentino seja eleito. O problema é que a direção da legenda estadual não abriu mão de formação de chapa do DEM em Divinópolis, lançando o nome do ex-diretor da Acid, Léo Gabriel. E agora? Jaiminho reconsidera sua decisão ou abandona Fabiano Tolentino? O ex-deputado, que certamente iria disputar uma vaga no Senado em 2022, é quem pode responder.

À caça de um vice

Além de assumir a vaga deixada por Jaime, Fabiano Tolentino tem mais um desafio. Encontrar, de última hora, um vice que se enquadre nos seus planos e nos do partido. Ele teria feito convite a três pessoas, que também estão em chapas que vão brigar pela principal cadeira do Município. Uma delas, a candidata a prefeita Laiz Soares, do Solidariedade. Ela rejeitou e explicou: “não serei dele, nem de ninguém. Quando decidi abdicar da minha carreira pra construir um projeto novo e inovador para Divinópolis, eu tinha muita clareza do desafio. Eu sempre fui protagonista da minha história, não sou filha de político influente nem de empresário rico. Meu objetivo é trilhar meu próprio caminho. Quero liberdade para construirmos juntos um projeto inovador e totalmente diferente para Divinópolis”, resumiu. Certíssima. Cada um na sua, do jeito que acha certo tocar o barco.

Não parou 

As alterações nos grupos começaram sábado, na convenção do Republicanos, quando o candidato a prefeito pelo partido, Marquinho Clementino, segundo mais votado nas eleições de 2017, anunciou a troca de vice. O médico Wagno Ribeiro (PDT), sob alegação de que não conseguiria conciliar a demanda profissional com a política, foi substituído pela socióloga e cofundadora da ONG Lixo e Cidadania, Andréia Rabelo (PDT). As mudanças seguiram na semana com a desistência de Jaminho e, pode ter certeza, daqui até o dia 15, quando terminam as convenções, muitas surpresas ainda devem aparecer. Como a indicação de Léo Gabriel à Prefeitura pelo DEM. Ah, e não precisa pagar para ver!

Desfiliação anulada 

E não só as mudanças costumam marcar os processos eleitorais, infelizmente. Perseguições e armações costumam ser peças muito usadas no jogo. Exemplo foi relatado por este PB no dia 7 do mês passado, sobre uma filiada do PSB que, induzida a assinar um documento, acreditando ser interno do partido, que na verdade se tratava de um pedido de desfiliação. E o pior, quem a convenceu foi uma ex-integrante do partido que, agora, trabalha na campanha de outro grupo político. Ainda bem que a manipulação durou pouco e foi desfeita. O Diretório Municipal, que tem à frente André Ferreira, fez a denúncia e a Justiça Eleitoral determinou a anulação do processo. A filiada está de volta ao PSB e as investigações seguem com a Polícia Federal (PF). Mais uma vez, fica a pergunta: vale a pena usar de recursos sujos para prejudicar A ou B? Mais cedo ou mais tarde, a verdade brota. 

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