Insuficiência Cardíaca (Coração Grande)

 

São diversas as formas que escutamos os pacientes pronunciarem essa doença: coração grande, coração inchado, coração dilatado ou coração fraco. Mas, raramente, escutamos a pronúncia correta: insuficiência cardíaca (IC). De forma contrária, a maioria dos pacientes está familiarizada com a palavra câncer. Pois saiba que as doenças cardíacas matam mais que o câncer. Representam 350 mil mortes no Brasil a cada ano. O infarto, o AVC e a insuficiência cardíaca são os responsáveis por esse número tão expressivo. A insuficiência cardíaca é um problema grave e crescente.

Aos 40 anos de idade, o risco de desenvolver insuficiência cardíaca ao longo da vida é de 1 em 5 (o risco de desenvolver câncer ao longo da vida é de 1 em 3). O termo insuficiência cardíaca é usado para descrever uma insuficiência do coração para atingir as necessidades metabólicas dos tecidos (órgãos). São diversas as causas deste mal, porém os fatores predisponentes mais importantes são: doenças arteriais coronarianas, hipertensão arterial, problemas em válvulas cardíacas e o diabetes. Cerca de 40% dos portadores doenças pulmonares crônicas irão desenvolver insuficiência cardíaca. A prevenção desses aspectos que precedem a insuficiência cardíaca deve ser prioridade para evitá-la.

Dentre todos os sintomas, o de maior relevância é a falta de ar (dispneia). Inicialmente de aparição lenta diante de esforços, aos poucos evolui para as mínimas atividades, como tomar banho e pentear os cabelos. Assim, incapacita o paciente inclusive a se deitar. Em fases mais avançadas, obriga-o a dormir sentado ou ter de se levantar, levando a um grave transtorno do sono.

O inchaço (edema) de membros inferiores é outro sinal muito frequente, impossibilitando muitas vezes o paciente de vestir calças, sapatos e se movimentar. Uma complicação muito frequente nesses pacientes são as arritmias, podendo levar infelizmente a morte súbita.

As disfunções renais estão diretamente envolvidas. São frequentes e estão fortemente relacionadas à piora do quadro. É uma doença progressiva e o sucesso do tratamento depende, na maioria das vezes, do estágio em que foi descoberta. O prognóstico é desfavorável, mas o tratamento imediato, em muitos casos, pode estacionar a doença e melhorar o prognóstico.

Pesquisas e avanços favoreceram o tratamento de doenças que causavam mais impacto na população mundial como o câncer. Porém, nos últimos 20 anos, estamos evoluindo com vários estudos e novas medicações que prometem ser promissoras no tratamento da IC.

O avanço e o emprego de medidas não farmacológicas, como desfibrilador cardíaco implantável/terapia de ressincronização, vêm trazendo melhora na qualidade de vida dos pacientes. Infelizmente, o insucesso do tratamento e a evolução da doença, em grande parte, deve-se à má adesão ou suspensão do tratamento pelo próprio paciente. Se quer saber mais sobre essa doença ou fazer qualquer comentário sobre o assunto, escreva para [email protected].

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