Ineficiência da política favorece a violência, afirma bispo

 

Jorge Guimarães

Para os católicos a Quarta – Feira de Cinzas não somente deu início a Quaresma como a Campanha da Fraternidade. Para detalhar o assunto, o bispo Dom José Carlos, reuniu a imprensa ontem, para apresentar a proposta e a programação da  deste ano que traz como tema “Fraternidade e Superação da Violência”, e como o lema “Vós sois todos irmãos”.

A Igreja Católica escolheu o tema devido ao crescimento dos índices de violência no Brasil. Com o estudo deste tema, além de mapear a violência, colocará, também, em evidência as iniciativas que existem para superá-la, bem como despertar novas propostas com esse objetivo. 

Brasil

Na abertura da campanha, a igreja apresentou às comunidades uma realidade que pede atenção, mudança e conversão. E dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), apesar de possuir menos de 3% da população do planeta, o Brasil corresponde por quase 13% dos assassinatos. A pesquisa aponta também que em 2014, o país chegou ao topo do ranking, com o número absoluto de homicídios. Foram no total 59.627 mortes.

O bispo citou uma constatação séria, segundo ele, a política brasileira que favorece a violência, pois há ineficiência do aparato de segurança e judicial. De acordo com ele, sem dúvida que fica registrada a insuficiência do Estado em se tratando de promover e garantir a segurança a todos.

— Mas há vários tipos de violência como a racial, contra os jovens, há também uma violência clara contra as mulheres e homens. Outra forma grave de violência é a exploração sexual e o tráfico humano, também contra os trabalhadores rurais, os indígenas, entre outras — detalha o bispo.

 Dom José chama a atenção para a violência do narcotráfico, que tem como conseqüência o consumo de drogas.  Para ele, este elemento está na base e na causa de muitas outras formas de violência.

Números

Importante indicador da violência, o número de vítimas de homicídio está em queda de 5,9% em todo o Estado. De janeiro a agosto de 2017 foram 2.580 vítimas contra 2.743 no mesmo período do ano passado, segundos dados levantados pela Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds). Outro número relevante é que 68,9% dos municípios mineiros não tiveram registro de homicídios ou mantiveram seus índices nos oito primeiros meses de 2017. Na contra mão das estatísticas, Divinópolis em 2017 registrou 61 homicídios, contra 53 em 2016, totalizando um acréscimo de 15,9%. E neste ano, até ontem já foram contabilizados cinco.

  

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