Industriais insatisfeitos com produção em queda e estoques crescendo

 

Pablo Santos

A pesquisa Sondagem Industrial, da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), revela um cenário negativo em junho: produção e emprego estão caindo, estoques e ociosidade crescendo nas empresas mineiras. O levantamento também aponta insatisfação dos industriais do estado com o atual cenário.

Conforme a pesquisa mensal, os estoques de produtos finais das indústrias aumentaram em junho, conforme índice de 53,6 pontos. O resultado ocorreu a despeito do recuo da produção no mês.

— As empresas encerraram junho com acúmulo indesejado de estoques: o índice de estoque efetivo em relação ao planejado marcou 54,1 pontos, mostrando que a demanda ficou aquém da esperada pelas indústrias — apontou o levantamento.

O índice de utilização da capacidade instalada efetiva em relação à usual recuou 4,8 pontos na passagem de maio (43,3 pontos) para junho (38,5 pontos).

— O resultado, abaixo da linha dos 50 pontos, mostra que a indústria operou com capacidade produtiva abaixo da habitual para o mês. O indicador caiu 3,9 pontos em relação a junho de 2018 (42,4 pontos) — destacou a pesquisa.

Produção

O índice de evolução da produção caiu 5,4 pontos entre maio (49,6 pontos) e junho (44,2 pontos), apontando queda mais intensa da atividade frente ao mês anterior.

— Vale ressaltar que junho teve três dias úteis a menos que maio, o que pode ter influenciado o resultado, tendo em vista que os dados não passam por ajuste sazonal. O indicador recuou 9,1 pontos na comparação com junho de 2018, mês que foi atípico devido ao retorno à normalidade do transporte rodoviário de cargas, após o fim da greve dos caminhoneiros em maio daquele ano — ressaltou a nota da Fiemg.

De acordo com a pesquisa, os indicadores financeiros do segundo trimestre mostraram industriais insatisfeitos com o lucro operacional e com a situação financeira de suas empresas, e sinalizaram dificuldade de acesso ao mercado de crédito.

A elevada carga tributária foi apontada como a principal dificuldade enfrentada pela indústria pelo 16º trimestre consecutivo, seguida de perto pela demanda interna insuficiente, item que ganhou maior destaque na pesquisa atual.

Ainda conforme o levantamento, apesar do baixo dinamismo da economia, os empresários anteveem elevação da demanda, das compras de matérias-primas e do número de empregados nos próximos seis meses. As intenções de investimento registraram pequeno avanço, após recuarem na pesquisa anterior.

 

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