Indústria mineira com dificuldade de recuperação

Empresas operaram com ociosidade, apontaram os dados da Fiemg

Pablo Santos

A sondagem industrial da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) apontou crescimento menos intenso da produção, dado o menor número de dias trabalhados e recuo do emprego pela quinta vez consecutiva. As indústrias mineiras operaram com ociosidade e os estoques finais caíram, mas ficaram em patamar acima do planejado.

O indicador de evolução da produção recuou 4,2 pontos entre julho (54,9 pontos) e agosto (50,7 pontos), influenciado pelo menor número de dias úteis. A despeito da queda mensal, o índice sinalizou avanço da produção – ainda que menos intenso – ao ficar acima da linha dos 50 pontos. O indicador foi 2,9 pontos inferior ao apurado em agosto de 2018 (53,6 pontos).

O índice de evolução do número de empregados registrou 48,4 pontos em agosto, queda de 0,3 ponto frente a julho (48,7 pontos).

Ao distanciar-se dos 50 pontos, o indicador mostrou redução mais acentuada do emprego. O índice caiu 1,5 ponto em relação a agosto de 2018 (49,9 pontos).

— A utilização da capacidade instalada foi inferior à usual para o mês, o que mostra que as indústrias operaram com ociosidade. Os estoques finais caíram, entretanto, ficaram em patamar acima do planejado, sinalizando que o volume de vendas foi inferior ao esperado. Para os próximos seis meses, os empresários anteveem aumento da demanda, da compra de matérias-primas e do número de empregados — afirmou a nota técnica.

As expectativas positivas podem ser atribuídas ao encaminhamento favorável da reforma da Previdência, à inflação controlada, com perspectiva de queda da taxa Selic, e às medidas de estímulo ao consumo, como a liberação de recursos do FGTS.

— O arrefecimento do otimismo dos industriais em setembro, em um contexto de taxa de desemprego ainda elevada. A intenção de investir ficou relativamente estável, após dois meses seguidos de crescimento — destacou.

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