Indústria calçadista vende menos e diminui emprego
Pablo Santos
A indústria calçadista desacelerou sua produção neste ano. Em Nova Serrana, maior produtor de calçados esportivos do Brasil, o volume de empregos criados é menor na comparação com o ano passado e, em Divinópolis, as empresas cortaram oportunidades de trabalho. O brasileiro reduziu as compras e os empregos na indústria recuaram.
Conforme os dados do Ministério do Trabalho e Emprego, as 23 empresas do setor calçadista de Divinópolis cortaram, neste ano, 56 postos de trabalho.
Nova Serrana reduziu o número de postos de trabalho. No ano passado, nos primeiros 10 meses, contratou 3.120 e, já no mesmo período de 2018, foram abertas 2.145 vagas de trabalho.
A previsão da Abicalçados, para este ano, é que o volume de produção e de vendas caia 10% em relação a 2017, que também foi um ano difícil, sem crescimento em relação aos números de 2016.
Para o presidente-executivo da Abicalçados, Heitor Klein, o momento conturbado da economia contribuiu com os resultados ruins.
— A crise econômica brasileira e seu viés político afetaram diretamente o setor, por conta das oscilações abruptas no câmbio e também fatores políticos, como a paralisação registrada em maio e que causou desabastecimento de insumos na indústria. As incertezas brasileiras não permitem qualquer prognóstico, muito menos positivo — disse.
Brasileiro
Segundo a Associação Brasileira dos Lojistas de Artefatos e Calçados (Ablac), de junho de 2017 a maio de 2018, as vendas de calçados tiveram queda de 8,4% em valor e 1,0% em volume de pares em relação aos 12 meses anteriores, que também haviam sido ruins para o setor. No período, 71% dos brasileiros compraram pelo menos um par de calçados, o que representa uma redução de 8,6% em relação ao ano móvel anterior.
O número de unidades por compra foi 5,5% menor, ficando em 1,0 par por ocasião, mas a frequência (ida às lojas) aumentou 13,8%, para 2,8 vezes ao ano. Embora este aumento não tenha compensado a queda dos demais indicadores.