Indícios de nepotismo em Divinópolis estão na mira do MP

Ricardo Welbert

Foi realizada ontem mais uma audiência do processo aberto pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMEG) para investigar indícios de nepotismo na Prefeitura de Divinópolis. De acordo com a promotoria de Justiça que atua em defesa do patrimônio público, o prefeito Galileu (PMDB) teria nomeado a mulher de um vereador para um cargo público em troca de apoio político. Outros detalhes ainda não foram divulgados.

O promotor Gilberto Osório viu nisso indícios do crime que ocorre quando há troca de parentes entre agentes públicos para que esses parentes sejam contratados diretamente, sem concurso e sem as qualificações exigidas. No caso, a moeda de troca o apoio ao governo na votação de projetos que tramitam na Câmara.

Algumas das situações investigadas envolvem a gerente de Memória e Patrimônio, Thaís Gontijo Venuto; a diretora de Trânsito e Transporte, Lorena Machado Mourão; e do coordenador de Cultura Popular e Patrimônio, Pedro Souza Machado.

Segundo o MPMG, a lei eleitoral permite que parentes do prefeito ocupem cargos de confiança. Porém, é necessário que esses ocupantes tenham qualificação nas áreas para as quais foram designados.

— É o que estamos investigando. Chamamos o prefeito e recomendamos que o nomeado seja exonerado. Ele tem um prazo de 30 dias para acatar ou não a recomendação — diz Gilberto Osório.

A Prefeitura precisará enviar uma prova da exoneração. Se a assessoria jurídica do governo contestar, o MPMG pode instaurar um inquérito civil por improbidade administrativa.

Outros lados

A Prefeitura afirma que as nomeações são legais e que todos os nomeados têm capacitação e capacidade para desempenhar suas funções. Thaís é graduada em conservação de bens culturais pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Lorena é graduada em arquitetura e urbanismo. Pedro, que também é lotado na pasta da Cultura, tem ensino médio completo.

Filha do Prefeito, Cláudia Abreu Machado é engenheira civil e secretária de Obras. Mas o MPMG não abriu procedimento investigativo porque ela possui qualificação para exercer o cargo.

O Agora tentou contato por telefone com o presidente da Câmara, Adair Otaviano (PMDB), mas não conseguiu. Não houve retorno da mensagem deixada no WhatsApp dele até o fechamento da reportagem, às 20h30.  

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