Igreja de portas abertas

Maria Cândida - Rotativa 

Também nem os padres escapam ao vírus. Afinal, sua missão é mesmo ajudar ao irmão necessitado que no momento está mais necessitado do que normalmente com o ataque do vírus que não escolhe classe social nem o mais ou menos necessitado, mas, sim, a todos e qualquer coisa que se interponha em seu caminho.

Tendo a pandemia se iniciado em grandes centros e não parado, atinge hoje também todo e qualquer espaço e pessoa que se interponha em seu caminho. A maioria das igrejas está fechada e cristãos fervorosos e devotos fiéis não recebem comunhão presencial, continuam em orações silenciosas, os sinos não badalam em fervor e alegrias, mas, mesmo assim, com a covid-19, o clero e devotos se encontram em oração e vigília cumprindo sua missão.

O jornal Estado de Minas de 2 de agosto último publicou que a covid já matou mais de 90 mil pessoas no país e que, em boletim, a Comissão Nacional de Presbíteros, vinculada à Comissão Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), divulgou que 392 padres diocesanos foram contaminados pelo novo coronavírus, com consulta nas 18 regionais da constituição, com o registro de 21 mortes.

A maior parte dos casos está na Regional Norte 2 da CNBB, Pará e Amapá, com 58 religiosos e seis óbitos, totalizando 64 infectados. A seguir, vem Nordeste, com 57 casos e três óbitos. Na Regional Leste 2, que inclui Minas e Espírito Santo, não há óbitos, mas há 19 casos, sendo sete em Minas, nas arquidioceses de BH, e quatro em Montes Claros, um na Região Norte 2, dois na Diocese de Luz. Os números aumentam diariamente.

Nove bispos também foram infectados e dois morreram, sendo dom Henrique Soares da Costa, bispo de Palmares, em Pernambuco, e dom Aldo Pagotto, bispo emérito da Paraíba. Em Minas, não houve caso algum entre esses religiosos. Em Divinópolis, Minas, há um religioso internado em hospital, vindo de Luz. Outro, titular de S. A. do Monte, Gilson Ribeiro da Silva, embora infectado, está bem e celebrando normalmente. 

Padre Marcelo da Silva, da Igreja da Boa Viagem, de Belo Horizonte, pontua: “Posso, sim, ter sido contaminado numa visita a hospitais, a pobres, doentes e carentes de cuidados, ou quaisquer contato pastoral. Afinal, fomos escolhidos para esta missão ao irmão”, disse. 

 

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