Hora de recomeçar e mudar

Editorial 

Agosto chegou e, com ele, muitas dúvidas, incertezas, mas, sobretudo, esperança. Mês marcado por acontecimentos trágicos, azar e desgosto, será? Superstição para os que não acreditam e crença para os demais à parte, a realidade vai exigir muitos mais do que isso. Afinal, estamos no oitavo mês de um ano totalmente atípico que ninguém sequer imaginava. É hora de começar a acreditar de verdade no novo normal, visto que normalidade mesmo vai demorar e, isso, se ela vier. Arregaçar as mangas e correr atrás do prejuízo, ou melhor, à frente dele é para ontem. Se tem uma palavra que precisa sumir do dicionário mental das pessoas neste momento é a letargia. Não há tempo mais, muito menos para lamentar. Enfim, a estabilidade da covid-19  é cada vez mais real, o que é, sem dúvida, o que todos esperavam para o início de uma reação. Claro que o perigo ainda existe e o risco de contaminação é iminente, por isso, nada de se descuidar, mas é hora de fazer o que brasileiro é expert: lutar. Se tem uma coisa que não se pode reclamar desta população é em relação a isso. O nosso povo é trabalhador, sim, senhor, e faz isso todos os dias com muito prazer.

Pena que não recebe em benefício como merece o suor derramado todos os dias, mas isso é outra história. Repetida inúmeras vezes, mostrada, clamada, porém quem deveria ouvir e colocar em prática sempre aciona o botão de “nem ligo”. Voltando à nossa vida real, já que a mudança de nossos representantes, por enquanto, é um sonho, agosto clama pela volta das empresas, do emprego perdido e, consequentemente, uma economia forte. Sem dúvida, vai demorar um pouco, e 2020 tem apenas quatro meses para este recomeço. Mas para tudo na vida é preciso iniciar, nem que seja ainda carregado de receio. Afinal, não se pode saber de dará certo, se não tentar. Muitas oportunidades são perdidas exatamente por retardar alguma situação ou simplesmente não tentar. Então, mãos à obra neste novo mês, e por que não falar novo ciclo? Não custa lembrar que, apesar de todas as dificuldades, os salários precisam ser pagos, os impostos, mesmo que adiados ou parcelados, e as contas, que não são poucas. Vale lembrar que, a exemplo dos demais municípios brasileiros, Divinópolis não vive um bom momentos nos mais variados setores.

Empresas foram fechadas, muita gente demitida e outras dezenas vivem atrapalhando o desenvolvimento da cidade. Seja com brigas desnecessárias, disputa de ego, falta de parceiras ou notícias falsas "a torta e a direita”. Mas, mais do que nunca, é hora de parar com palhaçada e pensar na população. Esta que há muito é desassistida por fatores medíocres, como disputa de poder e reeleição a todo custo. Aliás, se tem algo que se tem visto com frequência e há pelo menos dois anos em Divinópolis é esta necessidade absurda de permanecer no poder. E por quê? Pergunta que não quer calar e fácil de se responder. É assim que “se ajeita a vida” sem precisar de muito esforço, estar sempre em evidência, pois é mais fácil  obter benefícios, ou seja, fazer de um cargo que deveria ser provisório, uma profissão para vida inteira.

Não é à toa que tem gente na política há 20, 30 anos. E com este objetivo, ou melhor, certeza, eles trocam de partido, concorrem a cargos diferentes, assumem secretarias municipais, estaduais ou ministérios. De uma primeira eleição, vem outra e mais outra e o pior: sem que o eleitor perceba, as seguidas reeleições se tornam carreira profissional. Mas que tal aproveitar este ano anormal, que também é de eleição, para mudar esta realidade? 2020 mostra a necessidade de profundas transformações, das quais uma das mais importantes é a consciência eleitoral. Se pelo menos isso ocorrer, com certeza todo o sofrimento com a pandemia terá valido a pena. 

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