Guerras

Guerras - Preto no Branco

Há pelo menos uma semana, o mundo assiste atônito à situação vivida no Afeganistão. A tomada do país pelo grupo extremista Talibã transformou a vida de afegãos e pessoas de outros países que moram lá em um inferno. As  cenas vistas nos últimos dias dispensam detalhes. No entanto, por aqui, algumas situações não deixam de despertar os mesmos sentimentos. O que se viu em Araçatuba, interior de São Paulo, na madrugada de ontem, quando bandidos aterrorizaram moradores, fizeram inocentes de escudos e reféns faz-nos refletir. Qual a diferença entre as duas guerras? Praticamente nenhuma, visto que se somar os ataques violentos das quadrilhas especializadas no Brasil ‒ principalmente, em busca de dinheiro e poder ‒, pode ter certeza que o números de vítimas é bem maior. Vale ressaltar que a violência desenfreada está presente em todo o território brasileiro, e a cada estatística o número é assustador. Com essa certeza de impunidade, incentivo à violência e guerra declarada entre os poderes, o que falta para ser ainda mais parecido com o país do Oriente Médio é um grupo tomar o poder às custas de sangue.

Piada 

Interessante como a política do Brasil é uma anedota e boa parte dos políticos idem. Anteriormente, até se inventava situações para aparecer de qualquer jeito na mídia. Com o crescimento e favorecimentos das redes sociais, o que mais se vê são políticos em vários cargos dando uma de artistas, divulgando e se vangloriando de ações como se fosse uma conquista magnífica. Mal sabem eles, ou se fingem de mortos, que tal medida não passa de sua obrigação como representante do povo. Só rindo para não chorar!

Poses  

Engraçadas, para não falar hilárias, algumas aparições, especialmente, fotos posadas. De braços cruzados, sorrisos falsos, ou em cima de alguma coisa. Prática mais comum nos bairros carentes de serviços emergenciais ou obras prometidas há muito tempo. E o pior nem são essas idiotices, mas o povo que aplaude e acredita naqueles 30 segundos de fama. Pobres mortais!

‘Bragger’

A necessidade de aparecer e o comportamento muitas vezes nada adequado já ganhou até apelido. Quem se autopromove é chamado de “bragger”, uma palavra de origem inglesa que significa algo como “fanfarrão”. Muitos se gabam da conduta e escancaram a hashtag #brag­ger. O problema em admitir que faz isso mesmo, que é moda e acha bonito não serve como desculpa, nem significa proteção contra o ressentimento: pesquisa feita por um site de compras do Reino Unido sugere que a principal razão para usuários de redes sociais excluírem alguém de sua lista de amigos é o exibicionismo exagerado. Quase 70% dos 820 entrevistados disseram ter encerrado uma amizade virtual por causa disso. Se é que se pode chamar isso de amizade. O termo mais adequado seria má influência. 

 

Sentimentos

Em muitos casos, a situação chega tão ao extremo que a pessoa é incapaz de pensar na situação do outro ao ser mencionado ou exibido em tal aparição. O egoísmo é tão grande que a pessoa é incapaz – o que seria a medida correta ‒, antes da gravação e de clicar na tecla publicar, de tentar resolver a questão com uma boa conversa. Não é isso que acontece. O “eu” é mais importante e que se danem os outros. Esse moderno jeito de se agir é tão preocupante que já despertou a atenção da ciência. Começam a aparecer os resultados de uma série de estudos destinados a entender por que as redes sociais podem despertar nossos piores sentimentos – da arrogância, falta de educação à inveja – e os efeitos de removê-los em velocidade acelerada. Impulso mesquinho que, caso não seja estudado e tratado logo, pode gerar consequências muito mais graves e irreversíveis. 




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