Guerra declarada

Poucas pessoas sabem dos meandros e das tratativas que levaram à prisão de Lula no sábado dia 7 de abril, mais de 40h depois de expedido o mandado de prisão pelo juiz Sérgio Moro. Pela TV, o brasileiro teve acesso à maquiavélica decisão do ex-presidente e seus assistentes jurídicos, além do aconselhamento político de amigos, de não se entregar de “mãos beijadas”, conforme qualquer uma pessoa comum o faz quando tem decretada a sua prisão.

Saiu do seu bunker e foi para São Bernardo, de onde pensava que poderia reunir forças para uma resistência massiva e contundente.

Não conseguiu. Esperava que o povão do seu sindicato e dos seus diversos movimentos e bolsistas família, entre outros, fosse para o sindicato mostrar força para uma resistência. Em vão, pois por lá apareceram apenas os costumeiros defensores do rei no Congresso e em postos de governos do PT. No seu discurso quando da “homenagem” prestada à sua mulher, misturou tudo ao registrar a presença de importantes companheiros como Boulos, do MTST, de João Pedro Stédile, do MST, da senadora Luiza Erundina e de seus colegas Lindberg Faria e Gleisi Hoffmann, além de outros menos votados.

Sua fala, como sempre, foi um primor. De erros gramaticais e de emoção. Ele sabe falar a língua que o povo está acostumado e gosta de ouvir. Mas provavelmente não tenha convencido nem mesmo a ele quanto a sua inocência no caso do triplex, que ainda jura não ter nada “com aquilo”, apesar dos testemunhos, das provas e de indícios reconhecidos por três tribunais.

A invasão do apartamento de Guarujá, ordenada por Boulos, foi apenas o início de tudo, já que Stédile o dono do MST, já mandou invadir fazendas enquanto o tresloucado José Dirceu, mesmo preso, vai para a imprensa afirmar que as coisas não ficarão assim. Provavelmente ele ainda pensa num país dos anos 60, quando foi preso e deportado, depois de muitas arruaças, assaltos e assassinatos.

Ontem, uma suposta carta de Lula foi lida aos manifestantes pagos pelo PT para fazerem vigília em uma praça em Curitiba. Na carta, o ex-presidente agradece a manifestação, a presença de todos, tenta intimidar o poder e desafia “a Polícia Federal da Lava Jato, o Ministério Público da Lava Jato, o Moro e a Segunda Instância a provarem o crime” que ele cometeu.

Boa a retórica, mas desprovida de qualquer sentido prático. Disse que está “indignado como qualquer inocente se sente quando é injustiçado”. Ficará assim? Os próximos dias darão a resposta.

 

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