Gasolina se esgota nos postos de Divinópolis

 

Gisele Souto  

O protesto dos caminhoneiros contra os constantes aumentos no preço do diesel completou três dias e já tem conseqüências graves. Já faltam produtos em diversas cidades do país e da região. A gasolina é o principal deles. Por volta das 17h desta quarta-feira, horário do fechamento desta reportagem, não havia mais o produto na cidade, segundo diretor regional do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo do Estado de Minas Gerais (Minaspetro), Roberto Rocha. 

Os postos Sete, na rua Goiás, Ipiranga; Juruna, na rua Goiás, Vila Santo Antônio; Marreco, na avenida Paraná; Xavante na Getúlio Vargas; Santa Clara, no bairro de mesmo nome, entre outros, são exemplos dos que não tinham mais gasolina. Como é o produto mais vendido nos postos, muitos frentistas batiam papo durante o expediente. 

Enquanto isso, os pontos de protestos só aumentam na região. Ontem, um na BR-494 foi o último registrado pela Polícia Militar Rodoviária. (PMR). 

Trechos  

Os pontos de paralisação cresceram em todo o estado no terceiro dia. Pelo menos 30 locais de bloqueios em rodovias de Minas foram registrados durante toda a quarta-feira. Como ocorreu nos dois primeiros dias, o bloqueio é parcial e carros de passeio, ambulâncias, motos e ônibus e cargas perecíveis passam sem restrições. Na região Centro-Oeste, são pelo menos seis pontos.  

Na MG-260, o quilômetro é 34, em Cláudio. Em Arcos, na BR-354, entre os quilômetros 473 e 476. Movimento também pacífico, na MG-439, quilômetro 6, próximo a Córrego Fundo, na balança do Departamento de Estrada e Rodagem (DEER). Já em Itaúna é no quilômetro 86, próximo ao trevo da cidade. O último registrado foi ontem, na BR-494, logo depois da saída para Nova Serrana.  

De acordo com o comandante da 7ª Companhia da Polícia Militar Rodoviária, major Paulo Antônio Morais, não há registros de desordem em nenhum dos pontos ocupados. Segundo ele, em todos há a vigilância de militares. 

Em Divinópolis, o local é o posto Marçal, na MG-050, logo depois do posto da Polícia Militar Rodoviária (PMR). Lá cerca de 50 caminhoneiros estão parados. 

Carreata  

Uma carreata que saiu de um posto próximo à Gerdau percorreu várias vias da cidade, incluindo a Goiás, no Porto Velho; avenida Getúlio Vargas e 1º de Junho, no Centro; além da Goiás até o final. Eles dispersaram já na MG-050. Participaram caminhões, carros pequenos e motos. O objetivo foi apoiar os caminhoneiros. 

Marcelo Evangelista mora em Divinópolis e é dono de três carretas. Ele diz que realiza transporte para várias regiões do estado, além do Pará, Mato Grosso e Nordeste, mas não está valendo a pena. 

— O preço do diesel está muito alto, 70% são gastos para abastecer. É impossível trabalhar desta forma— reclama.  

 

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