Galileu é inocentado das três acusações

Maria Tereza Oliveira

Após meses de investigações, discussões e debates, o relatório final da Comissão Processante (CP) foi lido e votado pelos vereadores nesta sexta-feira, 6. A apuração originou-se do pedido da investigação de denúncia por infração político-administrativa contra o chefe do Executivo, protocolada em maio pelo vereador Sargento Elton (Patriota). Galileu Machado (MDB) era investigado por três pontos: suposta troca de favores com a oferta de um cargo comissionado para alguém que não estaria habilitado para tal ocupação; possível renúncia de receita com o estacionamento rotativo e, por último, o uso da Tribuna Livre feito pelo procurador do Município. Ele foi inocentado das três acusações.

A reunião começou com a leitura do relatório. Logo em seguida, foi a vez dos vereadores fazerem seus depoimentos. Nove parlamentares se pronunciaram. Dentre eles, houve quem defendeu e quem criticou o prefeito. No entanto, a fala que mais chamou a atenção foi a de Eduardo Print Jr. (SD).

O vereador, que também presidiu a CP, revelou que menos de 12h antes da reunião teria sido procurado pelo vice-prefeito, Rinaldo Valério (DC).

— Até então, ele nunca havia ido à minha casa. Eu o alertei, antes de ele me falar o que queria, para que o vice tivesse cuidado com suas palavras — contou.

Conforme Print relatou, após o aviso, Rinaldo teria dito que não acreditava que Galileu tivesse cometido qualquer crime e que o chefe do Executivo está sendo perseguido pela oposição. 

— Ainda alertei ao Rinaldo de que estavam o usando de isca para a campanha do ano que vem. Se o vice-prefeito estivesse realmente preocupado com a cidade, iria mais à Prefeitura, onde não vai há mais de seis meses — alfinetou.

Em seguida, a defesa teve seu tempo para falar. Embora Galileu não tenha comparecido, ele foi representado pelo procurador do Município, Daniel Cortez.

Inocentado

O prefeito Galileu Machado foi absolvido na denúncia I (excesso de competência) por 12 votos contra, e quatro a favor. Quanto à denúncia II (violação a princípios da administração pública) o número de votos contrários foram 11 e a favor 5. Já a denúncia de infração III (chefe do Executivo usado a estrutura pública em proveito próprio) recebeu 12 votos contra e 4 a favor. Com isso, o prefeito permanece no cargo.

Após a votação, o Agora ouviu o procurador de defesa, que disse que sabia desde o início que as denúncias seriam rejeitadas.

— A questão do rotativo, por exemplo, é um absurdo. Várias cidades usam isso Brasil afora. Multa não é tributo — disse.

A reportagem também ouviu o relator da CP, Renato Ferreira. O parlamentar foi alvo de desconfiança desde que foi escolhido para a função.

— Se for analisar, os 17 vereadores são suspeitos. Eu busquei de forma técnica e transparente. Houve muita pressão, mas estamos aqui para fazer o que é certo. Quem faz o certo, é fácil fazer a conclusão com responsabilidade — salientou.

Roger Viegas (Pros) também fez parte da comissão. Ele atuou como membro, mas não concordou com o relatório de Renato, votou contra e, inclusive, fez seu próprio relatório alternativo.

Ao Agora, ele disse que os resultados das votações foram contraditórios.

— Na admissibilidade foram 11 votos favoráveis e hoje tivemos as pessoas mudando de ideia. E quando temos provas concretas, como tivemos nas oitivas, elas pautaram meus votos. Não fiz julgamento político, apenas pautado nas denúncias, mas o plenário é soberano e venceu a democracia — explicou.

Dr. Delano (MDB) foi o único vereador a não comparecer à reunião. A reportagem tentou contato com o parlamentar e sua assessoria, no entanto, não houve retorno.

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