Futuro da Copasa apenas após privatização, diz Iris

Para a candidata, não é possível cobrar metas da empresa devido ao contrato

Matheus Augusto

Parada no tempo. Essa é uma das definições da empresária e candidata a prefeita Iris Moreira (PSD). Para ela, as cidades vizinhas continuam a avançar, enquanto Divinópolis enfrenta dificuldades em questões básicas. Em entrevista ao Agora, ela detalhou um pouco da sua visão para o município.

Divinópolis está num atraso. A tecnologia está implantada no mundo inteiro. Nós temos cidades vizinhas que nos engolem. Para aprovar uma planta, pela Prefeitura, demora três anos; Pará de Minas e Carmo do Cajuru demora uns 120 dias — citou.

Para ela, a cidade enfrenta diversos problemas que podem ser solucionados com a ajuda da modernização.

— É a cidade inteligente. Eu pergunto a você, morador, como você se sente morando em Divinópolis? Sem tecnologia, com o trânsito carregado, as ruas esburacadas, uma fábrica de multas? A mulher que está na periferia e lava a roupa de manhã, estende no varal, recolhe a tarde empoeirada, isso quando tem água. A tecnologia engloba tudo — defende a candidata.

Ainda sobre as mulheres, ela cita outro problema:

— Como uma cidade com maioria de mulheres existe sem um banco de leite materno? As mulheres que amamentam sabem das dificuldades — relata.

Economia

Sobre o desenvolvimento econômico, a meta é criar um grupo para avaliar as principais necessidades dos empresários. 

— É um conselho gestor que atua junto do gabinete do prefeito. Serão representantes da indústria, do comércio, de todos os segmentos importantes e o prefeito tem voto no caso de empate. Isso quebra o poder concentrado. Esse absurdo de mais de 220 contratados, cabos eleitorais, cumprindo promessas de campanha — detalhou.

Saneamento

Tema citado em todas as candidaturas, a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) também foi abordada por Iris. Sua meta é elaborar um plano de concessões. “Chega de abusos”, citou. 

— A gente vê candidato falando que vai fazer a empresa “cumprir o contrato”. Cumprir o quê, se não tem exigências a serem cumpridas? Então, ela deita e rola — explicou.

Segundo ela, é preciso “enxergar a realidade como ela é, sem mentiras, sem fantasia, sem iludir o eleitor”. 

— A Copasa tem que ser definida em dois momentos: 1973, o tratamento da água; 2011, o recolhimento do esgoto. Lá atrás tinha uma cláusula que dizia: 4% do recolhimento mensal das contas pagas à Copasa são repassadas ao Município. Quando veio o contrato do esgoto, juntaram os dois contratos e, em vez da Prefeitura falar “então não vai ser 4% mais não, vão ser 8%”, eles eliminaram a cláusula, renúncia de receita. A Copasa comprou um ativo morto que são aqueles canos antigos do esgoto que estavam embaixo por R$ 27 milhões quando valiam R$ 68 milhões. Vocês se lembram das audiências públicas na Câmara — definiu.

Para a empresária, como a Copasa está em processo de privatização, a Administração poderá conversar com a nova gestão da empresa e “rever as regras”.

— É preciso ter atitude, coragem. Falar que pago caro para cancelar o contrato é mentira, é capaz até da Copasa ter que nos indenizar porque ela não cumpriu prazos — justificou. 

O cenário é similar ao do aeroporto Brigadeiro Cabral. A candidata afirma que revitalizar o entorno do local não significa que os voos comerciais serão autorizados a retomar. 

— Ficam falando que vão revitalizar o aeroporto. Vai revitalizar? Eu estive em Brasília, na reunião da Anac, com o secretário conversando sobre as necessidades. (...) Falar que vai revitalizar sem essas providências é conversa fiada — destacou.

Segundo ela, são várias exigências, como ampliação da pista, área de escape e outras.

— A gente tem na nossa pista um lado que é do Município, mas o outro que tem que haver desapropriações — exemplifica.

Para Iris, a solução é simples.

— Temos como fazer tudo isso sem enfiar a mão no bolso. Sabe como? Privatizando. Já tem muitas empresas de olho no nosso aeroporto e pode nos trazer uma riqueza imensa — cita.

Administração

Em sua gestão, Iris promete reduzir significamente o número de pastas para e valorizar os servidores.

— Hoje a gente tem 17 secretarias, e a gente vai funcionar com oito (...). Os cargos contratados ocupam injustamente a posição daqueles que passaram no concurso. Muita gente fala que servidor é mal-humorado, trabalha de cara fechada, mas troca de lugar com o servidor que, de quatro em quatro anos, vê um novo chefe entrar para coordená-lo, que chega às 10h da manhã, o serviço está todo feito para ele assinar, (...) é o funcionário público que está ali trabalhando, executando, que tem domínio do que tem que ser feito — pontuou.

Ela ainda destacou sua experiência como servidora na Prefeitura de Sorocaba e citou programa de capacitação, com gratificação e preparação para os cargos de chefia. 

— Não estou procurando emprego — definiu, acrescentando que está aposentada e tem bagagem para “transformar a vida da nossa cidade”.

Iris aproveitou a oportunidade para criticar seus adversários.

— Uma cidade que hoje está faltando apenas eleger deputados que tiveram oportunidade de fazer, inclusive com emendas, que foram mais para Nova Serrana do que para Divinópolis. E talvez reelegendo um prefeito. Só isso para gente virar a terra da saudade — ironizou.

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